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Itália aprova para consumo humano primeira farinha de grilos moídos

Farinha de grilo

Foi dada a largada para a comida do futuro. A Nutrinsect, uma empresa italiana que fabrica farinha a base de grilo, foi a primeira — e até o momento, a única — a receber sinal verde no país para produzir, processar e comercializar alimentos para consumo humano feitos com insetos.

O produto tem sido distribuído a hotéis, restaurantes e cafeterias desde segunda-feira. — Estamos abrindo uma nova página na história da alimentação. — disse o dono da empresa Josè Francesco Ciaani à agência de notícias italiana Ansa.

A empresa de Ciaani está localizada em Montecassiano, na província de Macerata. Por quase quatro anos, milhões de grilos foram criados, congelados e, em seguida, moídos até virarem pó, em um método considerado ético e monitorado pela Agência Sanitária Local (ASL), segundo a Ansa e o The Guardian. Até o momento, a liberação era restrita apenas para uso em rações de animais de estimação.

Além da distribuição que já tem sido feita, a farinha também pode ser encontrada online por € 6 (cerca de R$ 32). Para aqueles que temem que o grilo possa estar sujo ou vir de um lugar contaminado, Cianni esclarece que a farinha, que tem cor marrom escura e textura fina, “é 100% feita na Itália” e brincou:
— Vai combinar muito bem com outras especialidades italianas.

Forte oposição

A aprovação vai de encontro ao que defendem muitos puristas alimentares e até autoridades italianas, que tentaram restringir o uso de alimentos a base de insetos, explicou o Guardian.

No início de 2023, A União Europeia aprovou a venda de insetos — grilos, gafanhotos e larvas de besouro — para consumo humano.

A farinha de grilo, gafanhotos e larvas ganhou cada vez mais espaço nas receitas da culinária italiana, mas sofreu forte oposição daqueles que temiam associar os insetos aos alimentos do país.

E.M/Roma

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