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Lula deseja sorte a Milei, novo presidente da Argentina: “Democracia deve ser respeitada”

Ultradireitista Javier Milei é eleito presidente da Argentina

O extremista de direita Javier Milei, de 53 anos, foi eleito neste domingo (19) presidente da Argentina.

O candidado do partido La Libertad Avanza derrotou Sergio Massa, do Unión por la Patria, ministro da Economia do atual governo de Alberto Fernández.

As autoridades eleitorais daquele país confirmaram a vitória por volta das 20h30. Ele assume no dia 10 de dezembro. Ao todo, 76,3% dos argentinos votaram neste segundo turno. No primeiro, foram 77,6%.

Os números finais ainda não foram divulgados, mas com quase 97% das urnas apuradas, Milei tinha 55,8% dos votos contra 44,2 de Massa.

O candidato do Unión por la Patria reconheceu a derrota por volta das 20h10 em discurso no comitê central do partido.

“Entrei em contato com Javier Milei para parabenizá-lo, porque é o presidente eleito pela maioria dos argentinos”. O presidente Lula (PT) parabenizou Javier Milei após a vitória em segundo turno neste domingo.

Em postagem no X, Lula disse que a democracia e a vontade da maioria dos argentinos devem ser respeitadas, e afirmou que o Brasil “sempre estará à disposição para trabalhar junto com nossos irmãos argentinos”.

O atual presidente argentino Alberto Fernández se manifestou pelo X sobre o resultado.

“O povo manifestou a sua vontade. Milhões de homens e mulheres argentinos foram votar e definiram o destino do país para os próximos 4 anos. Sou um homem democrático e nada valorizo ​​mais do que o veredito popular.

Confio que amanhã poderemos começar a trabalhar com Javier Milei para garantir uma transição ordenada”, afirmou o atual presidente da Argentina, que ainda agradeceu Sergio Massa e a militância.

“Pela minha parte, continuarei a trabalhar para fortalecer a democracia e as instituições da república, em unidade com todos os setores que compõem o movimento nacional que lutará sempre por um país justo, livre e soberano”, finalizou.

Gustavo Petro, atual presidente da Colômbia, foi outro que se pronunciou. Repostando manifestação de Iván Duque, seu antecessor, disse que “a extrema direita venceu na Argentina. É a decisão da sua sociedade. Triste para a América Latina e veremos. O neoliberalismo não tem mais proposta para a sociedade, não pode responder aos problemas atuais da humanidade.”

Gabriel Boric, presidente do Chile afirmou que “hoje o povo argentino teve um dia democrático para eleger o seu Presidente para os próximos quatro anos.

Saúdo Javier Milei pela vitória e Sergio Massa pelo digno reconhecimento da derrota. Desejo o melhor ao povo argentino e saiba que sempre terá nosso respeito e apoio. Como Presidente do Chile, trabalharei incansavelmente para manter as nossas nações irmãs unidas e colaborando para o bem-estar de todos.”

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump compartilhou neste domingo (19) uma foto de Javier Milei com uma bandeira americana Gandsen, símbolo de uma das milícias americanas mais tradicionais e hoje ligada à extrema direita no país. Na publicação, o republicano escreveu “faça a Argentina grande de novo”, uma adaptação de seu bordão usado nas campanhas à Presidência americana.

Na foto compartilhada por Trump, Milei aparece atrás de uma bandeira amarela com a ilustração de uma cobra cascavel e a frase “don’t tread on me” —”não pise em mim”, em português.

A bandeira é um símbolo cada vez mais ligado ao ultraconservadorismo dos EUA e seguiu popular entre apoiadores de Trump mesmo após sua derrota em 2020, tendo sido vista nas mãos dos invasores do Capitólio no 8 de janeiro.

O emblema foi criado pelo político e general Christopher Gadsden em 1775, durante a Guerra de Independência americana. À época, foi usado pela Marinha Continental, estabelecida por George Washington em meio ao conflito.

Nos EUA, as milícias não são, como no Brasil, um movimento paramilitar ilegal. Elas existem com base na Segunda Emenda da Constituição. O texto, que foi ratificado em 1791, diz: “Sendo necessária uma milícia bem ordenada para a segurança de um Estado livre, o direito do povo a possuir e portar armas não poderá ser violado”.

No entanto, seu sentido foi, ao longo dos anos, apropriado por movimentos da extrema direita, que defende direitos conservadores e liberais.

RPP

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