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LUMINÂNCIA

Lucidez

Transformações ocorrem. Alegrias, tristezas, frustrações. Aprendizados que, inclusive, conduzem a novos amores jovializando a lubricidade com arroubos que causam espanto as vontades e os anseios num agito que inflama os sentidos. É que crenças e ilusões atropelam a sensatez a seguir caminhos de experimento tal qual o balandrau transparente onde se nota uma mine tanga de florzinhas amarelas e vermelhas em contraste com o tênis rosa choque e árbitros estrábicos.

Enquanto a solidão cética permite novas perspectivas, novos olhares para não perder a coragem de ir de encontro às ervas daninhas de certos cultos, eis que, viver é fazer de si uma grande aventura, descortinando mundos sem intermediários, quebrando tradições sem culpa e perdoando-se a si próprio. Mas, a abstinência na Quaresma esconde desejos inconfessáveis que, no lugar de afastar, aproxima do pecado do crime de não testar, haja vista que o corpo é como uma peneira para sensações que misturam seriedade com a leveza do riso. Porém, a certeza de ser querido é gratificante, pois existe quem não é de lá nem de cá. A ninguém faz falta, tampouco o seguem.

Porém, a ciência e a arte hão de estar juntas para construção do ser, pois a vida deve ser experimentada. Errando, ela descobre que, por mais estúpido que seja é proveitoso, pois para se ser sábio é preciso experimentar certas vivências desde que não violem o 359 M para não ser devorado.

Porque a prudência evita nos deixar cair em experimentações destrutivas, já que, nunca se sabe quando o que nos nutre torna-se veneno e o pular no desconhecido logra resultar numa queda sem volta. A vida é dotada de vontade e potência que não pode deixar de vivenciar-se, inclusive, na doença por ser esta um experimento com possibilidades de retornarmos saudável.

Tenhamos coragem de errar e aceitar sem se preocupar com as brincadeiras de céu e inferno. Nos elevemos com essa ferramenta que somos nós para aprendermos que muitos dos fundamentos são defeituosos. Assim, retornemos vez em quando a nós mesmos pela chance de encontrarmos o desconhecido, pois nunca mergulhamos da mesma forma, dado que, às vezes, a coisa boa separa-se de nós, enquanto algo novo bate na porta.

Enquanto isso, modas vêem e vão, tal qual estranha sessão no mato que irrita o Grande Arquiteto pelo incômodo das mutucas, muriçocas e as dificuldades da acústica tornando inaudível Huzé Huzé!, além das birras dos esvoaçantes balandraus litigando com viris ternos. O experimentar é próprio do ser e consegue perpetrar novos amores em qualquer idade tornando o amante um adolescente de igual ânimo e de exaltação impensáveis a despeito das gemadas que renasce a impulsividade.

Mas cuidado com o sigilo, pois se a autoridade facilita, sonhos convulsivos assombrarão. Daí a incapacidade de voltar atrás obstruindo a reflexão entre o amor e o gozo de quem confunde o Príncipe de Nicolau Maquiavel com o Pequeno Príncipe de Antoine de Saint-Exupéry.

Feira de Santana, 17 de março de 2024.

Jessé da Costa Primo∴ membro da Loja Maçônica Luz e Fraternidade 14.

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