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Maria Luciana por Carlos Lima

Foto ilustrativa

MARIA LUCIANA

Sabia de Marias

folclóricas, poéticas

sabia das Marias dos sambas

da porta-bandeira

da Maria dos bambas.

 

Sabia daquelas

que os meus sonhos

doiravam

na minha razão.

Não tinham nem nomes.

Se Maria chamavam

era só emoção.

 

Sabia de deusas

incógnitas, dispersas…

acaso Vilma, Inês,

Lúcia, Vera, Sofias…

Gincanas imersas

de vãs fantasias.

 

Só não sabia de Maria…

Da Maria mais próxima

Dali da folia

Saudade?

Futuro?

Ou só nostalgia?

 

Não sabia daquela

de tipo cigana

prosa pós-poesia

que impele

com gana, com jeito

à conquista do peito

sem frase tardia.

 

Não, não sabia

daquela

que existe de fato

não sendo fulana

e não sendo beltrana

me envolveu no ato.

 

Não sabia da Maria

do encontro vago

da canção fagueira

do flerte rápido

fulminante trago

e decisão ligeira.

 

Soube depois,

incontinente,

que tem Maria-gente

comoção que esgana

que atrai quem ama

e nome de mulher.

Maria Luciana.

 

Carlos Lima

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