MARIA LUCIANA
Sabia de Marias
folclóricas, poéticas
sabia das Marias dos sambas
da porta-bandeira
da Maria dos bambas.
Sabia daquelas
que os meus sonhos
doiravam
na minha razão.
Não tinham nem nomes.
Se Maria chamavam
era só emoção.
Sabia de deusas
incógnitas, dispersas…
acaso Vilma, Inês,
Lúcia, Vera, Sofias…
Gincanas imersas
de vãs fantasias.
Só não sabia de Maria…
Da Maria mais próxima
Dali da folia
Saudade?
Futuro?
Ou só nostalgia?
Não sabia daquela
de tipo cigana
prosa pós-poesia
que impele
com gana, com jeito
à conquista do peito
sem frase tardia.
Não, não sabia
daquela
que existe de fato
não sendo fulana
e não sendo beltrana
me envolveu no ato.
Não sabia da Maria
do encontro vago
da canção fagueira
do flerte rápido
fulminante trago
e decisão ligeira.
Soube depois,
incontinente,
que tem Maria-gente
comoção que esgana
que atrai quem ama
e nome de mulher.
Maria Luciana.
Carlos Lima