Apesar de ter detectado fraude no controle de qualidade de frigoríficos da BRF, dona de marcas como Sadia e Perdigão, o consumo da carne de frango ou peru da empresa não oferece risco à saúde pública, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
A afirmação foi feita em entrevista coletiva sobre a terceira fase da Operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta segunda-feira (5). A operação detectou um esquema entre a BRF e laboratórios responsáveis por analisar seus produtos para fraudar resultados das análises e omitir a presença da bactéria salmonella.
Segundo o Ministério da Agricultura, a presença da bactéria salmonella é comum, principalmente em carne de aves, pois faz parte da flora intestinal desses animais. A bactéria é destruída em altas temperaturas -portanto, quando a carne é cozida ou frita, por exemplo.
De acordo com Alexandre Campos da Silva, coordenador-geral de Inspeção do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa), existem cerca de 2.000 tipos de Salmonella e apenas dois deles representam verdadeiro risco a saúde pública.
“O risco à saúde pública não está devidamente configurado. Salmonela por si só não caracteriza risco à saúde pública, devido ao cozimento e à fritura, exceto desses dois tipos, que não foram identificados”, disse Silva.