Vamos iniciar essa reflexão pessoal apresentando um desígnio da irmandade Maçônica, afirmando que a iniciação é acessível a homens de todas as classes sociais, crenças religiosas e opiniões políticas.
Registrado em seus anais a exceção daquelas que privam o homem da liberdade de consciência; que restrinjam os direitos e a dignidade da pessoa humana, ou que exijam submissão incondicional aos seus chefes, ou, ainda, coarctar o homem da liberdade de manifestação do pensamento e de menoscabar o seu valor.
E o que mais dilacera a Maçonaria?
Sem dúvida é a vaidade e a possessão de privilegiados sobre os irmãos. É a construção de poder que fere profundamente a Egrégora.
E assim identificamos que as mais diversas crises internas nas mais diversas potências regulares ou não, surgem desses comportamentos individuais e tão ameaçadores ao êxito da prática Maçônica.
Como diria Caetano: “É que Narciso acha feio o que não é espelho!”
E na Maçonaria infelizmente não é diferente.
O Maçom deve está acostumado ao nem nu e nem vestido, assim somos iniciados. É o exemplo mais contundente do combate permanente aos vícios e vaidades.
O Grande Arquiteto do Universo nos ensina que devemos deixar morrer o ego vaidoso de sua máscara de homem justo, honesto e bom.
O Maçom não pode se acostumar ao servilismo, ele não é escravo emocional, se respeita e respeita os demais, sempre procurando ser ele mesmo, se dando o justo e merecido valor.
É por isso que o Maçom ousa não acatar a voz de comando que lhe escraviza e o procura manter como simples quórum das oficinas. Não devemos ser hipnotizados.
Ser Maçom é ter consciência.
Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante.
Não o faça por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada da Maçonaria de contribuir mais e sempre, para a construção de um mundo melhor.
Não me recordo quem vaticinou: “Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo.”
Recentemente li uma postagem falando sobre a vaidade do Maçom usando termos muito fortes ao dizer: “Ele é indiscutivelmente o maior inimigo da Maçonaria, o mais nefasto dos impostores, o principal destruidor de lojas. Ele é pior do que todos os falsos maçons reunidos.”
Acredito não ser bem assim. Ele não se torna Maçom por vontade própria. O profano precisa ser convidado por outro Maçon.
A vaidade não surge após a iniciação, ele já traz consigo. Muitas das vezes desconhecida propositalmente por quem deseja formatar grupo e colocar em prática desejos não vencidos, “porque se iguala a eles em tudo o que não presta e raramente possuem alguma virtude.”
Admiro algumas pessoas vaidosas, quando são simples de coração; fortes, mas não arrogantes; sinceras, mas não ofensivas; corajosas, mas não inconsequentes.
Admiro aquelas que consegue cativar uma pessoa de forma simples e pura; que consiga enxergar com clareza e opinar com sensatez.
Que sorri com o coração e que te olham como verdadeiro irmão Maçom.
Não acredito que essa reflexão pessoal seja utópica na Maçonaria.
Carlos Lima – CIM 914 – ARLS – ESTRELA DA PAZ N° 10 – GOBA – COMAB