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Os pobres são as primeiras vítimas do Bolsonaro “bunda suja”/ Por Sérgio Jones

As primeiras vítimas de Bolsonaro

De acordo com o que aponta dados levantados pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), estes indicam que 1575 municípios são atendidos apenas por médicos cubanos, e que 80% dessas localidades têm até 20 mil habitantes. Vão gerar a desassistência básica de saúde a mais de 28 milhões de pessoas”.

Em nota emitida pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) reconhece que a saída de 8,5 mil médicos vindos de Cuba que atuam na Estratégia Saúde da Família e cuidando da saúde de indígenas.

Os profissionais, que atuam em vários municípios, a maioria em áreas mais vulneráveis, como na região norte do país, no semiárido nordestino, em cidades com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), terras indígenas e periferias de grandes centros urbanos. Provocará sérios estragos na saúde do povo brasileiro.

A entidade, ao contrário e a tendência que a situação se desenha no contexto da bizarra realidade brasileira, solicita a expansão do programa Mais Médicos para municípios que ainda não têm atendimento básico de saúde ou enfrentam dificuldades para fixar quadro médico, tema que foi debatido a exaustão em audiências recentes realizadas no Ministério da Saúde.

A nota destaca também que estudo mostra que a área da Saúde sofreu defasagem de 42% nos gastos durante os últimos 10 anos, o que tem gerado uma sobrecarga nas despesas de municípios, que não podem assumir mais gastos.

Diante do quadro desolador que se apresenta no setor de saúde, a CNM aposta no diálogo entre as partes para os médicos cubanos permanecerem no país pelo menos até o final deste ano ou, se possível, por tempo maior a ser acordado entre os dois países.

O Ministério da Saúde Pública de Cuba anunciou em nota oficial seu desligamento do programa Mais Médicos mantido pelo governo brasileiro.

A ação foi criada em agosto de 2013, durante o governo de Dilma Rousseff (PT) e tem como objetivo ampliar o atendimento nas comunidades mais pobres por meio de parceria com a Opas.

A saída dos profissionais de saúde cubanos do Brasil se deve a pronunciamento feito pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL) conhecido nos meios militares brasileiros como militar “bunda suja”.

Designação dada pelo general Geisel e militares de alta patente ao então capitão que não conseguira subir de patente: . “bunda suja” é o mesmo que fez declarações de forma leviana e depreciativas aos médicos, o que resultará na modificação dos termos e condições do programa.

Ele questiona a preparação dos profissionais cubanos e condiciona a permanência deles no programa à revalidação do título e como única forma a contratação individual.

A condição do envio dos médicos ao Brasil é que parte da remuneração paga a eles pelo governo brasileiro seja repassada ao governo cubano. Comportamento este, que tem causado “indignação” e servido de argumento, por parte dos reacionários de direita, como uma forma do governo cubano explorar os seus profissionais da área de saúde.

Na verdade, o que se esconde por trás destes argumentos falaciosos, é que em Cuba, diferentemente daqui do Brasil, todos os custos na formação destes profissionais são mantidos pelo governo.

Esta parcela cobrada é para ser investida no ensino e preparação de outros universitários, em sua grande maioria oriundos da classe trabalhadora.

Em Cuba a medicina é exercida de forma preventiva, não tem fins lucrativo. Enquanto no Brasil é exercida de forma curativa para proporcionar ganhos para laboratórios e os profissionais do que se costuma chamar máfia de brancos. Esta é a diferença que tanto irrita a pretensa e malcheirosa elite brasileira.

Sérgio Jones, jornalista |(sergiojones@live.com)

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