Tempo - Tutiempo.net

Companhias áreas cancelam voos a Caracas por razões de segurança

AirFrance e Iberia suspenderam os voos com destino à capital venezuelana, em meio à onda de protestos contra a Assembleia Constituinte no país.

As companhias aéreas Iberia, da Espanha, e Air France, da França, cancelaram temporariamente seus voos com destino a Caracas, em meio à tensão gerada pela eleição da Assembleia Constituinte no país, marcada para este domingo (29).

A Iberia informou que cancelou dois voos nos dois sentidos entre Madri e Caracas neste domingo, alegando a “delicada situação” no país que gera “dificuldades operacionais e de segurança”.

A aérea espanhola explicou aos clientes prejudicados pelo cancelamento que oferecerá “a melhor alternativa de viagem em novas datas, a possibilidade de reembolso da passagem ou a recolocação em outras companhias aéreas”.

Os próximos voos da Iberia entre as capitais de Espanha e Venezuela estão marcados para a próxima quarta-feira. A companhia informou que está acompanhando a situação em Caracas e informará aos clientes sobre qualquer mudança no seu programa de voos.

“A companhia tem a melhor vontade e a disposição de retomar as operações na Venezuela. Enquanto isso, a prioridade é preservar a segurança dos passageiros, da tripulação e de todos os funcionários que atuam nos nossos voos”, disse a Iberia na nota.

Atualmente, a empresa mantém três voos semanais entre Madri e Caracas, às quartas e quinta-feiras e aos domingos.

Voos entre Paris e Caracas

A AirFrance também suspendeu seus voos entre Paris e Caracas de domingo até a próxima terça-feira, pelo mesmo motivo. “Perante a situação atual na capital venezuelana, somos obrigados a suspender os nossos voos de Paris a Caracas do domingo, 30 de julho, à terça-feira, 1º de agosto”, informou a aérea em comunicado.

A empresa informou que deu aos clientes a opção de voltar a reservar sem custos um voo posterior ou cancelar a viagem, o concederá ao passafeiro um vale não reembolsável válido por um ano.

Protestos contra Maduro

A onda de protestos contra Maduro já deixou 113 mortos em quatro meses, segundo o MP do país. Várias pessoas morreram em confrontos entre manifestantes e forças de segurança nos últimos dias.

O protesto desta sexta ocorre um dia após Maduro proibir em todo o país manifestações que atrapalhem a eleição. A coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) pediu que os protestos prossigam até domingo, dia da votação, e o governo ameaçou com prisão de cinco a dez anos quem boicotar a ordem do presidente.

A proposta de Maduro de convocar uma Assembleia Constituinte para alterar a Carta Magna aumentou a tensão em um país polarizado e mergulhado em uma profunda crise, com inflação descontrolada e grave escassez de alimentos e remédios.

Maduro, cuja gestão é rejeitada por 80% da população, segundo o instituto de pesquisa Datanálisis, assegura que a Constituinte garantirá a paz e a recuperação econômica.

Ele acusa seus adversários de tentar fazer um golpe de Estado com o apoio dos Estados Unidos e que governo vizinhos da América Latina e da Europa estão sendo submissos ao “Império”.

G1

OUTRAS NOTÍCIAS