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Lula critica ‘megadividendo’ da Petrobrás de R$ 215,7 bi: “deveria investir no crescimento desse país”

Lula e os dividendos da Petrobrás

O presidente Lula (PT) participou nesta quinta-feira (2) no Palácio do Planalto do evento de relançamento do Bolsa Família, mas seu discurso foi marcado mesmo pelas falas sobre a Petrobrás.

O presidente criticou duramente o ‘megadividendo’ prometido pela empresa a seus acionistas privados, no valor de R$ 215,7 bilhões, referente a 2022.

A Petrobrás está no centro da mais recente crise interna do governo Lula.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), traiu o presidente e indicou nomes “entreguistas” para integrarem o Conselho de Administração da Petrobrás.

A lista foi articulada com a participação de Bruno Bianco, do BTG Pactual, e representa os interesses do mercado financeiro.

Se a Faria Lima tiver o Conselho de Administração da Petrobrás nas mãos, poderá impedir o governo Lula de colocar fim à dolarização dos combustíveis, favorecendo, assim, os acionistas minoritários da Petrobrás.

Inflamado, Lula criticou o megadividendo e destacou o baixo investimento da Petrobrás no seu próprio desenvolvimento.

“Não podemos aceitar a ideia da notícia de hoje. A Petrobrás entregou em dividendos mais de R$ 215 bilhões, quando ela deveria ter investido metade no crescimento econômico desse país, na indústria brasileira, na indústria naval.

A Petrobrás, ao invés de investir, resolveu agraciar os acionistas minoritários com R$ 215 bilhões, tendo um lucro de R$ 195 bilhões.

E quanto foi o investimento?

Quase nada, porque a Petrobrás, que no nosso tempo era uma empresa de desenvolvimento desse país, agora é uma empresa exportadora de óleo cru.

Não foi para isso que nós descobrimos o pré-sal. O pré-sal era para que a gente tivesse um passaporte para o futuro do nosso povo e para que a gente exportasse derivado de petróleo, e não óleo cru, como estamos exportando.

Sobre o Bolsa Família, o presidente afirmou que o programa é apenas um “pedaço” da política econômica e de desenvolvimento de seu governo.

Ele prometeu que o Estado será o indutor do crescimento do país se os investimentos privados não forem suficientes.

“O Bolsa Família é um pedaço. Junto com isso tem que vir uma política de crescimento econômico, de geração de empregos e de geração de renda através do salário.

No último trimestre do ano passado o país não cresceu nada. Nosso desafio é fazer o Brasil voltar a crescer, não permitir que nenhuma obra continue paralisada nesse país.

Nos últimos quatro anos, o ex-presidente investiu apenas R$ 20 bilhões em obras de infraestrutura. Nós, somente este ano, já anunciamos R$ 23 bilhões.

Ou seja, em um ano vamos colocar mais dinheiro do que eles colocaram em quatro. E Isso deve valer para educação, saúde, escola, creche”.

“Só vai gerar empregos se a economia crescer, e a economia, para crescer, precisa, primeiro, que haja investimento privado.

Se não houver, que haja investimento público. Não é que a gente quer que o Estado faça as coisas que o privado tem que fazer, mas se o governo federal não investir dinheiro como indutor do desenvolvimento, nada vai acontecer. A Caixa Econômica, o Banco do Brasil, o BNB, o Basa, o BNDES, podem ter certeza, vão voltar a investir dinheiro para gerar emprego, desenvolvimento e distribuição de renda efetiva para este país”, completou.

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