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O QUE DEFINE O PIB?

Somente o que é novo na economia entra na conta do PIB. O que isso significa?

O cálculo do PIB considera somente bens e serviços finais produzidos no trimestre ou no ano em questão. Assim, o PIB representa somente o valor adicionado gerado por todas as atividades da economia de um país, ou seja, os produtos e serviços novos.

Por exemplo: uma bicicleta produzida em 2005 e vendida hoje de uma pessoa para outra não está nessa conta, pois ela entrou no calculo do PIB do ano em que foi produzida. Assim como as roupas no brechó. Ou um imóvel usado.

Além disso, a matéria-prima usada para se fazer um produto não entra no cálculo. Isso acontece para evitar a dupla contagem.

Exemplo: o aço comprado pela indústria automobilística, peças e demais equipamentos somam-se ao valor do carro. No PIB será contabilizado apenas o que a fábrica adicionou – como horas trabalhadas, energia, tecnologia – à matéria-prima adquirida, lembrando que o que é matéria-prima para uma fábrica é o produto final em outras cadeias de produção.

Da mesma maneira, não é considerado o preço do trigo importado, mas sim o valor dos pães feitos a partir dessa matéria-prima, o que inclui as horas de trabalho do padeiro, a energia elétrica e água consumidas, e assim por diante.

No Brasil, desde 1990 o PIB é calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a cada três meses.

Uma equipe de cerca de 30 pessoas trabalha no cálculo do PIB, indicador publicado nas Contas Nacionais Trimestrais. Antes disso, o cálculo do PIB era de responsabilidade da Fundação Getulio Vargas (FGV) desde 1947.

O QUE SÃO AS ÓTICAS DO PIB?

Para chegar aos dados finais, o IBGE coleta informações sobre agricultura, indústria e de todo o resto que não é nenhum dos dois – o chamado setor de serviços. Essa é a maneira de enxergar o PIB a partir da visão da oferta, ou seja, do que foi produzido.

Outra maneira de calcular o PIB é sob a ótica da demanda, por meio dos dados de consumo das famílias, investimentos (item chamado de Formação Bruta de Capital Fixo), gastos do governo e exportações líquidas (que equivalem às transações correntes do País, ou seja, a diferença entre exportações e importações de bens, serviços e rendas).

Por fim, também é possível calcular o PIB a partir das informações sobre renda. Nesse item, entram salários, aluguéis, lucros e juros.

Assim, o IBGE checa como as pessoas, empresas e governos estão ganhando dinheiro. Essa divisão de cálculo é chamada de as três óticas do PIB. O IBGE faz o cálculo nessas três óticas e o resultado em cada uma delas precisa ser igual.

Imagine assim: uma pessoa gastou R$ 50 no salão de beleza. Na ótica da oferta, esses R$ 50 aparecem nos dados do setor de serviços. Na visão da demanda, correspondem ao consumo das famílias. E na ótica da renda, diz respeito aos salários.

No fim das contas, as óticas representam formas distintas de olhar para o desempenho da economia e, assim, o governo, os investidores, os empresários e os trabalhadores têm mais informações para saber como a economia do País está andando, qual setor está mais desenvolvido, qual precisa de mais investimento.

Mas quais são as fontes de dados para o IBGE calcular o PIB? A lista é grande – e nela estão pesquisas do próprio IBGE e de outros órgãos do governo, assim como estimativas e dadas de setores produtivos e informações confidenciais repassadas por empresas.

Para calcular o PIB são analisados: 287 produtos e 148 atividades econômicas. Veja alguns exemplos da origem dos dados usados pelo IBGE:

PIB, CONSUMO DO GOVERNO, RENDA, SEGUROS, SAÚDE E EDUCAÇÃO, CONSUMO DAS FAMÍLIAS.

Tesouro Nacional, Ministério da Fazenda, Balanço Geral da União, Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi).

Receita Federal, como a Declaração de Imposto de Renda Pessoa Jurídica e Pessoa Física.

Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc).

Ministérios
Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios (Pnad), que foi ampliada e ganhou o sobrenome de Contínua, Pesquisa de Orçamento familiar (POF) e Ministério do Trabalho

Quando há queda em dois trimestres consecutivos no índice, a economia está em recessão técnica. Se o PIB subiu, a economia cresceu, as pessoas estão comprando mais, as empresas fabricam mais e a tendência é que existam mais empregos, os salários cresçam e a vida das pessoas, de uma forma geral, melhore.

Se está caindo, quer dizer que, por uma série de fatores, o consumo está diminuindo, há menos investimentos e as empresas estão mais propensas a demitir.   

Fonte: HUGO PASSARELLI E MARIANA CONGO

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