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Prévia da inflação cai 0,07% em julho e renova pressão sobre o Banco Central

Inflação cai em julho

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), a ‘prévia da inflação’, caiu 0,07% em julho, sobre alta de 0,04% em junho, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Também nesta terça-feira (25), o Boletim Focus divulgou que os economistas ouvidos pelo Banco Central reduziram suas projeções para o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) de 2023, diminuindo de 4,95% para 4,90%.

A revisão para baixo das expectativas para a inflação tem implicações sobre a política monetária, colocando pressão sobre o Banco Central por um corte na taxa básica de juros (Selic).

As projeções também indicam redução para 2024 e 2025, com estimativas de 3,92% para 3,09% e de 3,55% para 3,50%, respectivamente. No entanto, a expectativa é de manutenção das estimativas para o ano de 2026, permanecendo em 3,50%.

Enquanto isso, o Planalto recebeu pesquisas internas que apontam um crescimento consistente da popularidade do governo Lula nos últimos três meses. A diferença positiva entre os que aprovam e os que desaprovam o governo saltou de margem de erro para quase vinte pontos percentuais.

O governo comemora os resultados que refletem a redução da inflação, a retomada dos programas sociais, a aprovação da pauta econômica no Congresso e a implementação de iniciativas que agradam setores da classe média.

A estratégia de Lula é focar em ações específicas para os segmentos da população que mais o rejeitam, buscando aumentar ainda mais sua aprovação.

Porém, a promessa de crescimento econômico pode enfrentar desafios se o Banco Central não reduzir os juros de forma significativa. A permanência da taxa Selic em níveis altos pode colocar em risco os avanços alcançados.

Apesar da expectativa geral de queda dos juros em agosto, o grau e a velocidade dessa redução preocupam os estrategistas do governo, que veem o presidente do Banco Central, Campos Neto, como uma peça-chave nessa equação.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reunirá na próxima semana para deliberar sobre a taxa básica de juros, e a expectativa do mercado é de que ocorra um corte após a taxa Selic estar em 13,75% ao ano desde agosto de 2022.

Além das projeções de inflação e juros, o Boletim Focus também apresentou estimativas para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e o câmbio.

As expectativas para o crescimento econômico foram mantidas em 2,25% para 2023 e 1,30% para 2024. No entanto, houve uma elevação da projeção para 2025, subindo de 1,88% para 1,90%, e também para 2026, passando de 1,90% para 2%.

Já em relação ao câmbio, os economistas ouvidos reduziram a estimativa para o dólar ao fim de 2023, passando de R$ 5 para R$ 4,97. Para os anos seguintes, houve manutenção em algumas estimativas e redução para 2025, com expectativa de R$ 5,12.

A expectativa do mercado em relação aos cortes nos juros e os resultados econômicos futuros criam um cenário de incertezas e desafios para a política econômica do país.

O governo Lula enfrenta o desafio de equilibrar a redução da inflação com o estímulo ao crescimento econômico, buscando manter o apoio e a aprovação da população em meio às transformações e demandas da conjuntura nacional e internacional.

BF

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