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Reflexos da Greve atingem Produção Industrial em Maio

Linha de produção de veículos

Afetada pela greve dos caminhoneiros, a indústria brasileira recuou 10,9% no mês de maio, na série com ajuste sazonal, divulgou nesta quarta-feira (4) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o órgão, a paralisação que durou 11 dias afetou o processo de produção de várias unidades produtivas no mês.

Esta foi a maior queda desde dezembro de 2008, quando a produção industrial caiu 11,2%. Foi também o segundo pior resultado da série histórica iniciada em 2002.

“A greve desarticulou o processo de produção em si, seja pelo abastecimento de matérias-primas, seja pela questão da logística na distribuição”, disse o gerente da pesquisa do IBGE, André Macedo.

 

Vários fatores relacionados à greve impactaram a produção da indústria. Além da falta de insumos que não chegavam às fábricas, Macedo citou a dificuldade de escoamento da produção e, também, a limitação dos trabalhadores para se deslocarem até o trabalho.

Na comparação com o mês de maio de 2017, o setor industrial recuou 6,6%.

Automóveis e alimentos pressionaram a queda

 

“As quedas [na produção] dos bens duráveis de 27,4% e de semi e não duráveis são as mais intensas desde o início da série histórica para a comparação mensal”, destacou o pesquisador.

Segundo Macedo, os bens duráveis e não duráveis estão relacionados, respectivamente, aos automóveis e alimentos, que exerceram as maiores pressões negativas durante a paralisação dos caminhoneiros.

Dos 26 ramos industriais pesquisados, apenas dois não tiveram queda na produção: o de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis subiram 6,3%, e o de indústrias extrativas avançou 2,3%.

“Os dois são, relativamente, menos dependentes dessa paralisação. No caso dos derivados do petróleo, por exemplo, a matéria-prima muitas vezes chega por dutos, não por caminhões. Isso pode ser uma explicação para algum tipo de comportamento positivo que esses segmentos tiveram mesmo em meio a greve”, explicou Macedo.

Alta da indústria desacelera no ano

Nos cinco primeiros meses do ano, o setor industrial acumulou expansão de 2%, ritmo abaixo do resultado registrado até abril, que ficou em 4,5%.

Nos últimos 12 meses, ao passar de 3,9% em abril para 3% em maio, a alta também desacelerou e interrompeu a trajetória ascendente iniciada em junho de 2016, quando o indicador caía 9,7%.

Dados revisados

O IBGE revisou os dados da produção industrial de dezembro de 2,9% para 3,1%, de janeiro de queda de 2,1 para recuo de 2,2, e de março de uma queda de 0,1% para uma estabilidade de 0%.

G1

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