Se a primeira etapa do ajuste fiscal proposto pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, foi aprovada com grande dificuldade, diante da resistência de parlamentares e das centrais sindicais ao corte de benefícios sociais, a segunda será bem mais difícil.
Isso porque estarão em jogo benefícios concedidos ao setor empresarial, como a desoneração na folha de pagamento.
De acordo com o ajuste proposto por Levy, impostos hoje incidentes sobre o faturamento das empresas, com alíquotas entre 1% e 2%, poderão variar de 2,5% a 4,5%, ou seja, com aumento de até 150% nas alíquotas.
Os empresários, liderados por Robson Andrade, presidente da Confederação Nacional da Indústria, prometem reação.
“Vamos mobilizar os empresários. A desoneração foi criada para dar competitividade à indústria no exterior. Depois, o governo abriu para outros setores”, disse Andrade ao jornalista Ilimar Franco, da coluna Panorama Político.
Segundo a CNI, o governo errou ao ampliar benefícios da desoneração, antes restritos aos setores exportadores, para outros segmentos da economia.
Para barrar a elevação de impostos, a CNI já se articula politicamente com as principais lideranças do PMDB, como o deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ), que é líder da bancada na Câmara dos Deputados.
Muito próximo ao presidente Eduardo Cunha, Picciani teria se comprometido, junto à CNI, a trabalhar contra a elevação dos impostos.
O argumento dos empresários é de que mais impostos agora, num momento de retração econômica, irá contribuir para ampliar mais o desemprego.
Fonte: B.247/Redação