A venda de cargos aos aliados do Centrão, ato criticado por Jair Bolsonaro no passado por ser estratégia da “velha política”, já se consolida como principal forma do governo assegurar que o presidente não sofra um impeachment facilmente.
Nesta segunda-feira 18, o governo deu a um assessor do PL (Partido Liberal) a diretoria de Ações Educacionais do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
Garigham Amarante Pinto é um advogado que atuou como assessor do PL na Câmara dos Deputados, e é, também, homem de confiança do presidente do partido, Valdemar da Costa Neto – julgado e condenado no escândalo do mensalão a sete anos e dez meses de prisão.
Agora, Garigham tomará conta de parte do orçamento do Fundo, que, em 2019, foi de R$ 55 bilhões.
A nomeação foi oficializada por meio de publicação no Diário Oficial da União, e leva a assinatura do secretário executivo do Ministério da Educação, Antônio Paulo Vogel de Medeiros.
Essa não foi a primeira sinalização de venda de cargos para o Centrão.
No dia 6 de maio, o governo nomeou Fernando Marcondes de Araujo Leão, filiado ao Avante, para a direção-geral do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), que possui um orçamento aproximado de R$ 1 bilhão.
Sabendo que não há o quórum necessário para a tramitação de um processo de impeachment na Câmara neste momento, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não tem analisado os pedidos que chegam a sua mesa.
Em uma resposta enviada ao ministro do Supremo Tribunal Federal Celso de Mello, que notificou Rodrigo Maia sobre um processo que tinha a intenção de obrigá-lo a dar uma resposta rápida aos pedidos de impeachment protocolados, o parlamentar afirmou que a deposição de Bolsonaro seria uma “medida extrema” que paralisaria outras funções do Legislativo.
Enquanto isso, ele pode continuar destruindo o Brasil.
RCP