Em uma noite fria e chuvosa no Rio de Janeiro, apenas 11 mil torcedores foram ao estádio. Mesmo não sendo muitos, eles deixaram claro as insatisfações dos tricolores com o treinador e com alguns jogadores.
O clima era pesado antes da bola rolar e já dava indícios do que viria a seguir. Ao ser anunciada a escalação no telão do estádio, Oswaldo, Gilberto e Digão foram alvos de vaias. Alguns torcedores não pouparam os jogadores nem no trabalho de aquecimento.
Com o gol do Santos, marcado por Soteldo aos 39 minutos do 1º tempo, xingamentos e gritos de “Fora, Oswaldo” se intensificaram. Gilberto, que junto com Nino, falhou no lance, passou a ser vaiado cada vez que tocava na bola. Nem o empate, em gol contra de Lucas Veríssimo após cruzamento de Nenê amenizou a situação. Técnico e time foram para o vestiário sob vaias.
Oswaldo voltou do intervalo com Wellington Nem no lugar de Yony González. E o time demonstrou outra postura nos primeiros minutos. Mais ligado, levou perigo logo de cara e a torcida foi junto, gritando “Vamos virar, Nense”.
Mas aos 18 minutos, tudo saiu do controle e o jogo virou. Oswaldo decidiu substituir Ganso e os dois protagonizaram cena constrangedora. Irritado por ser sacado, o camisa 10 xingou o técnico de “burro para c***” e ouviu como resposta: “vagabundo”.
O clima de tensão passou para o campo. E menos de dez minutos depois, Digão foi expulso ao atingir o rosto de Marinho em disputa. A equipe paulista é que passou a levar mais perigo.
Os nervos à flor da pele continuaram. Nos acréscimos, o atacante do Peixe provocou a expulsão de outro jogador tricolor, Frazan, em entrada violenta.
Nas arquibancadas, a torcida não parava de hostilizar Oswaldo de Oliveira e pedir a saída do treinador. No fim, gritou também gritos de Cuca, demitido nesta quinta pelo São Paulo.
E para azedar de vez a relação entre Oswaldo e torcida, na saída do campo, o treinador fez um gesto obsceno aos torcedores que o xingavam.
Uma noite que resumiu o tumultuado ambiente de 2019 do Fluminense, que sai da zona de rebaixamento, mas se aprofunda na crise. E que terá de sair rápido dela para conseguir ter um fim de ano mais tranquilo.
Felipe Siqueira, Hector Werlang e Thayuan Leiras