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Corpo encontrado é mesmo de Geovane diz DPT

Geovane Mascarenhas de Santana, de 22 anos, que tinha desaparecido após abordagem de policiais militares no dia 2 de agosto, foi decapitado, carbonizado, teve duas tatuagens removidas do corpo e os órgãos genitais retirados. A informação foi divulgada na manhã desta quarta-feira (20), durante coletiva de imprensa realizada pelo Departamento de Polícia Técnica da Bahia (DPT-BA).

Na terça-feira (19), o DPT confirmou que exames de DNA constataram que uma mão identificada por papiloscopia como sendo de Geovane é compatível com o corpo e a cabeça que foram encaminhados para o Instituto Médico Legal Nina Rodrigues (IMLNR). Os restos mortais foram encontrados no subúrbio de Salvador, no dia 3 de agosto. “Temos 100% de certeza que o corpo é de Geovane. Nós não temos qualquer dúvida sobre isso”, afirmou o diretor geral do DPT, Jeferson Silva.

Os três policiais que abordaram Geovane foram identificados e presos. Ele foram levados para o Batalhão de Choque, em Lauro de Freitas, região metropolitana de Salvador. O grupo alega que p rapaz foi abordado por ter características semelhantes às de um assaltante, mas que, após a mulher não reconhecê-lo como ladrão, ele teria sido liberado.

De acordo com o DPT, o corpo do rapaz passou por uma série de exames realizados em sete coordenadorias: Tanatologia, Antropologia Forense, Anatomia Patológica, Coordenação de DNA, Coordenação de Necropapiloscopia, Toxicologia e Radiologia. Diante da constação científica, o departamento informou que não foi necessário o reconhecimento dos restos mortais pelos familiares da vítima.

Paulo Peixoto, perito do DPT, afirma que exames complementares irão informar qual foi a causa da morte e outros detalhes sobre o crime. Contudo, ele acrescenta que nenhum exame constatou o uso de arma de fogo.

“Não é que não dê para dizer qual é a causa da morte. Todos sabem que ele foi decapitado. Mas nós estamos levantando os exames para saber se ele foi decapitado antes ou depois da carbonização. Em todos os exames de radiologia que foram feitos no corpo, na cabeça e nas mãos, não se levantou nenhuma hipótese de projétil de arma de fogo”, relata.

Peixoto conta também que ainda não é possível confirmar que as tatuagens foram retiradas do corpo do rapaz para dificultar a identificação da polícia. “Não sei qual a intencionalidade, mas sugere-se que foi para isso”. “Os órgãos genitais também foram retirados com instrumento cortante”, acrescenta.

Diante do estado do corpo, Peixoto afirma que não era possível que a família da vítima reconhecesse os restos mortais. Na sexta-feira (15), Jurandy Silva de Santana, pai do rapaz, foi até o IML, mas não identificou o corpo como sendo do filho. “Não tem tatuagem, o rosto do meu filho é pequeno e o que me mostraram é grande”, disse na ocasião.

O DPT afirma que o corpo já foi liberado e deve ser retirado pela família do rapaz até sexta-feira (22).

Os policiais suspeitos prestaram depoimento por cerca de onze horas na sede do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP). Segundo o coronel Alfredo Castro, os PMs afirmam que o rapaz foi abordado por ter características semelhantes às de um assaltante que teria roubado uma mulher na região da Calçada.

Eles sustentam que levaram Geovane até a mulher, mas ela não o reconheceu como o ladrão e depois disso ele foi liberado. “Eles já foram ouvidos várias vezes na Corregedoria e duas na Polícia Civil, e sustentam a mesma versão”, destaca o coronel. A PM deve concluir a investigação em 30 dias.

Os três policiais suspeitos são: Cláudio Bonfim Borges, Jailson Gomes de Oliveira e Jesimiel da Silva Resende. Um deles é subtenente, com mais de 20 anos de atuação, e era comandante da guarnição. Os demais têm 11 e 14 anos de polícia.

A justiça decretou a prisão temporária dos três, por 30 dias, para evitar intimidação a testemunhas, familiares da vítima, e que se percam provas do crime, segundo o delegado-chefe Hélio Jorge.

 

Fonte: Redação/G1/foto:TV Bahia

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