Os Delegados de Polícia Civil do Estado da Bahia decidiram, em assembleia geral extraordinária, que podem entregar seus cargos caso o governo não cumpra as exigências da categoria.
Há dez meses o Sindicato dos Delegados intensificou as tentativas de diálogo com representantes da administração com o objetivo de avançar nas demandas que não estão sendo cumpridas há anos.
O presidente da ADPEB, Fábio Lordello, afirmou que essa medida será a última alternativa encontrada pela categoria.
“Em novembro, iniciamos as tratativas com o Governo sinalizando que o modelo de gestão que hoje é seguido pela administração é arcaico e não será mais aceito pelos delegados”.
A principal reivindicação da categoria é pela autonomia da Polícia Civil.
Segundo o representante da classe o atual secretário não pode controlar as ferramentas de investigação criminal por total ausência de amparo legal razão pela qual os mais de 350 delegados presentes aprovaram a suspensão imediata por 40 dias de pedidos a Justiça de interceptações telefônicas.
“A nossa reivindicação é clara: estamos querendo que a lei seja cumprida pela Secretaria da Segurança Pública. A investigação criminal e suas ferramentas são exclusivas da Polícia Civil, conforme assim dispõe a Constituição Federal, a Constituição do Estado da Bahia, Lei Orgânica da Polícia Civil, bem como toda legislação processual penal no que se refere a condução das medidas cautelares, especialmente as que violam os direitos e garantias do direito a intimidade e a privacidade.
A lei existe e tem que ser respeitada. Só dessa forma, os delegados terão autonomia e condições de oferecer a sociedade uma repressão qualificada ao crime, o que a atual conjuntura não permite”, disse o delegado.
SECOM/BA. EDITADO CLJORNAL