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Feira: dois prefeitos e um “governo”/ Por Sérgio Jones*

O município de Feira de Santana tornou-se atípico a partir do momento em que passou a contar com dois prefeitos, um de direito e outro de fato.

Explico, é que circulam rumores na cidade, de forma jocosa, em que classifica a ‘união’ dos dois mandatários com o apodo de Ronalbert, que significa a junção dos nomes das digníssimas excelências, que dividem o poder na cidade.

A existência do prefeito de direito ocorre devido a um casuísmo político provocado pela desastrada aventura do ex prefeito José Ronaldo que deixou a prefeitura para se lançar candidato a governador, o que resultou em uma fragorosa derrota para o mesmo.

E com a lacuna deixada no poder, assume graciosamente, o vice Colbert Martins. Este, volto a enfatizar, de direito, mas de fato, dizem que quem continua a dar as cartas é o Zé.

Ao que parece o ex vice e atual prefeito tomou gosto pelo poder e procurando se perpetuar nele já arregaçou as mangas e partiu para a luta se apropriando de velhos discursos demagógicos, oportunidade que promete promover realizações, em um ano, o que não é possível fazer em quatro.

O indigitado prefeito tem ocupado a mídia para anunciar de forma estapafúrdia a implantação de um impactante programa em que promete promover a requalificação de áreas urbanas do centro da cidade. O povo já começa a criticar a ação de caráter eleitoreiro e diz que o programa cheira a enxofre.

É claro que na condição de cidadão feirense todos gostariam que melhorias reais fossem implementadas na cidade. Mais um projeto dessa envergadura requer um complexo grau de intervenções que se torna difícil a sua realização em alguns poucos meses.

O planejamento integrado tem que contemplar diferentes interesses e demandas de usos: atividades produtivas, habitação, lazer, circulação e assim por diante.

O vale tudo

As práticas continuam as mesmas, o cidadão não precisa ser dotado de nenhuma genialidade para perceber que nessa história os ganhadores são sempre os mesmos, enquanto o povo permanece na eterna condição de perdedores.

Cinicamente, as classes destes senhores mandatários denominam este ‘modus operandi’ como um show de democracia, onde são observados, acima de tudo, os interesses da coletividade.

Todo esse imbróglio verbal tem um caráter retórico que existe apenas para manter a exploração, seja ela política ou econômica, por parte de poucos em detrimento de muitos.

Como sentenciou um certo picareta inglês: “Tem-se dito que a democracia é a pior forma de governo, salvo todas as demais”. É a partir desse conceito, considerado por muitos, como cínico.

A atende única e exclusivamente aos interesses daqueles que tentam justificar a figura do senhor e sua vassalagem. Há quem defenda e argumente, de forma veemente, que todo este esdrúxulo hibridismo político em Feira, existe devido acordo tácito mantido entre ambos.

Quanto ao povo só lhe resta o papel de referendar nas urnas a continuação desse circo de horrores que se denomina como show democrático com direito a festa e muita agitação recheada de mentiras e de aparente boas intenções.

Sérgio Jones, jornalista, (ergiojones@live.com)

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