Lançar um olhar sobre as batalhas e heróis do passado para pavimentar um futuro com menos desigualdades sociais e combatendo-se o racismo.
Luiz Gonzaga das Virgens e Veiga, João de Deus Nascimento, Manuel Faustino dos Santos Lira e Lucas Dantas do Amorim Torres, heróis da Revolta dos Búzios, foram homenageados nesta quinta-feira (12), na Praça da Piedade, onde foram enforcados e esquartejados, no ano de 1799.
Com a presença das secretárias de Promoção da Igualdade Racial, Fabya Reis, e da Cultura, Arany Santana, e de representantes do movimento negro e da sociedade civil, também foi hasteada a bandeira do levante popular por liberdade, que completa 223 anos.
Ainda nesta quinta-feira (12), o Edital da Década Afrodescendente, que vai investir R$ 3 milhões em iniciativas da sociedade civil de combate ao racismo e à intolerância religiosa, foi publicado no Diário Oficial do Estado.
Também nesta quinta (12), a partir das 14h30, a live “Revolta dos Búzios: Lutas históricas e contemporâneas” discute a importância do levante popular.
O encontro reunirá estudantes, educadores, dirigentes escolares e ativistas, com participação e interatividade do público. Transmitida pelo canal da Secretaria da Educação no Youtube, a programação terá palestras de pesquisadores, representações do movimento negro e de blocos afro.
O coordenador nacional de Entidades Negras, Gilberto Leal, destacou a relevância da Bahia na história do Brasil. “A Bahia foi centro das principais revoltas negras contra o sistema opressor. Várias revoltas aconteceram nesse estado e nessa cidade.
Então, o papel da Bahia já é histórico e importante. É um estado de maioria da população negra, mais de 80% no estado e também na capital. Mas o negro também é maioria nos presídios, entre moradores de rua, entre os desempregados.
Esses são dados que a estatística oficial mesmo mostra. Então, a Bahia é um estado cuja responsabilidade no processo de reparação da dívida histórica é preponderante, porque aqui se instala um processo político e cultural também.
A cultura da Bahia é uma cultura marcada pelas expressões de matrizes africanas”, disse.
Raul Rodrigues