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Patrulha Comunitária orienta moradores com bases de segurança

As Bases Comunitárias de Segurança (BCS) da Bahia têm contribuído para a redução da violência em diversas localidades. O que muita gente não sabe é que, para a conquista de resultados expressivos, a base é construída em parceria com o cidadão. Através das Patrulhas Comunitárias, a Polícia Militar realiza visitas a residências e estabelecimentos comerciais, públicos e religiosos, ouvindo e orientando a população sobre como agir nas mais variadas situações.

No Calabar, em Salvador, a aproximação da PM com a comunidade refletiu diretamente na segurança local. A presença policial contribui para a redução da violência no bairro, que registrou o último homicídio há três anos. “A patrulha é uma maneira da gente conhecer as pessoas que moram na região e iniciarmos diálogos que nos ajudam a identificar problemas. Já identificamos maridos que agridem as mulheres, alunos que faltam às aulas e pudemos agir de imediato para a mudança da situação”, revela o capitão Alã Carlos Santos, comandante da BCS Calabar.

As Patrulhas Comunitárias reforçaram a confiança da técnica de enfermagem Marta Rocha Santana no trabalho da PM. Em um dos encontros, Marta pediu ajuda dos militares para intervirem na relação entra ela e o filho, usuário de drogas. “Meu filho ficava irritado quando se drogava e também contraía muitas dívidas. Precisei pedir ajuda à policia para resolver a situação”.

Rede de apoio

O jovem, hoje com 22 anos, foi encaminhado pela PM ao Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps-AD), no Terreiro de Jesus, para lidar com o vício e o resultado já é percebido pela família. “Ele ainda usa drogas, mas hoje trabalha para arcar com o vício dele e não fica mais agitado dentro de casa. Para mim, é o início de um trabalho, mas que me deixa tranquila”, afirma Marta.

O Caps AD faz parte de uma rede de apoio formada por instituições como Defensoria Pública, Ministério Público, Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam), Delegacia de Atendimento ao Idoso, entre outras. Juntas, elas possibilitam que as bases comunitárias auxiliem o cidadão a resolver ou amenizar situações indesejadas.

Referência

As patrulhas da PM acontecem em todos os bairros onde funcionam as BCS’s, sempre às segundas, quartas e sextas-feiras. O modelo de policiamento comunitário atrai a atenção de outros países. Na próxima sexta-feira (8), as bases comunitárias vão receber a visita de policiais japoneses, interessados na iniciativa.

A presença de estrangeiros vai contribuir para a troca de conhecimento sobre o policiamento comunitário, que na Bahia trabalha o empoderamento da comunidade por meio de orientações passadas a cada cidadão. “Essa aproximação da polícia com a comunidade resulta em uma relação de confiança. Eles [os moradores] passam a entender que o policial militar é um aliado e não um repressor”, explica a soldado Rair Valente.

Leonardo Martins

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