A Polícia Civil de São Paulo prendeu por suspeita de roubo e estupro o homem que fingia ser policial federal para abordar mulheres na região central de São Paulo. Ao menos cinco vítimas foram atacadas por ele neste ano, a última na sexta-feira (6) passada nos Jardins, área nobre da capital.
A prisão do suspeito foi confirmada na tarde desta quarta-feira (11) ao G1pela delegada Giovanna Valenti Clemente, titular da 1ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), no Centro. “Através de reconhecimento fotográfico, a polícia conseguiu prender o suspeito”, disse ela.
Todas as vítimas serão chamadas agora a delegacia para fazer o reconhecimento pessoal do suspeito. Fotos dele já estavam circulando nas redes sociais juntamente com um vídeo que mostra um homem de longe abordando o carro de uma mulher que saía do estacionamento de um supermercado, na sexta passada.
Esse caso foi registrado no 78º Distrito Policial (DP), nos Jardins, mas passou a ser investigado pela 1ª DDM, justamente pela suspeita de que o abusador seria o mesmo que atacou outras mulheres na região central
A Justiça decretou a prisão temporária do suspeito, que ainda não teve o nome divulgado pela polícia. Caso as vítimas o reconheçam pessoalmente, ele deverá ser indiciado por roubo e estupro.
Crime
O último crime atribuído ao homem ocorreu por volta das 19h30, de acordo com o horário da gravação do estacionamento do supermercado Casa Santa Luzia. A vítima, uma mulher de 48 anos de idade, deixava o local de carro na Rua Augusta.
Segundo a motorista declarou à polícia, um homem não identificado se aproximou do automóvel e apresentou um distintivo da Polícia Federal (PF). Ela contou que ele a obrigou abaixar os vidros e mostrar os documentos.
Depois, relatou a mulher, o falso policial a acusou de tentar atropelá-lo e entrou no carro, que estava com as portas destravadas.
A vítima falou que ficou por quase três horas com o homem, que a obrigou a sacar dinheiro de um caixa eletrônico próximo à Rua São Caetano, no Centro de São Paulo. O valor levado não foi divulgado, mas seria entre R$ 1 mil a R$ 3 mil.
A mulher ainda contou que o criminoso fez com que ela tirasse o sutiã e fizesse sexo oral nele. A vítima narrou que o abusador também chegou a se masturbar e a ejacular no carro.
Ela disse que conseguiu fugir do agressor quando parou o automóvel em um semáforo vermelho da Avenida Francisco Matarazzo, na Zona Oeste. Nesse instante, a vítima abriu a porta do veículo e saiu em direção a um bar.
Pela lei, não há mais necessidade de conjunção carnal para se configurar o crime de estupro. Por isso, a polícia decidiu registrar o caso como sendo de uma mulher estuprada por um homem.
SSP e supermercado
Procurada para comentar o assunto, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) divulgou a seguinte nota: “A Polícia Civil informa que o caso está sendo investigado pela 1ª DDM. A polícia realiza diligências e analisa imagens de câmeras de segurança para identificar e prender o autor.”
Também por nota, a Casa Santa Luzia informou:
“A Casa Santa Luzia informa que está ciente do fato ocorrido na sexta-feira, 06/10/2017, quando, segundo informações recebidas, uma cliente, após sair do estacionamento da loja e cruzar a rua, sofreu um sequestro-relâmpago ao ser abordada na Rua Augusta por um indivíduo passando-se por policial.
Segundo relatos, o indivíduo, ao abordá-la, mostrou um distintivo e solicitou os documentos do carro para a vítima.
Ao abrir o vidro, ela foi rendida pelo falso policial, que se aproveitou do momento para entrar no veículo.
A Casa Santa Luzia, assim que solicitada, disponibilizou as gravações de suas câmeras de segurança para os policiais que estão investigando o crime, lotados no 78º Distrito Policial desta Capital, e segue colaborando ativamente com as autoridades para a identificação do suspeito.
Ficamos à disposição para qualquer esclarecimento.”
Kleber Tomaz e Paula Paiva Paulo