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Colbert achata a curva da sensatez e se perde na estrada/por Carlos Lima

Segue em frente para onde?

Ao dizer que achatou a curva da contaminação pelo Covid-19, em Feira de Santana, o prefeito Colbert  Martins teve o comportamento do seu líder, o presidente Jair Bolsonaro.

A Bahia ainda não atingiu o pico de contágio pelo coronavírus, segundo especialistas, a previsão é até a primeira quinzena de maio.

Outras informações a nível nacional confirmam que os números divulgados não condizem com a realidade dos infectados e das mortes provocadas pela pandemia.

Os motivos estão relacionados à falta de controle, dos exames realizados após morte e deficiência na qualidade de kit que identifica o contágio pelo vírus.

Feira de Santana não teve e não tem condições de realizar exames na maioria das pessoas que apresentam prováveis sintomas da presença do vírus. Esse fato é uma realidade incontestável pelas autoridades de saúde do poder público.

Levando em consideração os números registados no município até o presente momento o prefeito afirma, sem nenhuma avaliação técnica ou análise de especialistas, que ele achatou a curva da contaminação.

É um proselitismo que chega a beira da irresponsabilidade administrativa, com o agravante de que ele é médico. Fez um juramento de salvar vidas.

Na realidade ele se perdeu nessa imaginária curva e saiu da estrada.

Em mensagem postada, por ele, no Instagram, diz que: “Seguiremos vigilantes e atentos aos números. Qualquer mudança negativa será analisada e poderemos SIM, voltar com ações restritivas a qualquer momento”.

Pergunta-se: as ações restritivas poderão resgatar as vidas das pessoas que tenham ido a óbito?

Feira de Santana tem leitos de UTI e respiradouros suficientes para atender ao provável aumento de pacientes?

Os exemplo em outros países e até em várias cidades brasileira  não são suficientes para se adotar medidas mais preventivas?

O ditado popular de que o brasileiro só fecha a porta depois de roubado, está sendo colocado em prática, literalmente.

A vida merece mais respeito, os grupos de risco precisam de uma atenção mais profissional e humana.

Podemos ser vitoriosos no controle dessa pandemia, se atitudes como essas adotadas pelo prefeito Colbert Martins não fossem tão precipitas e desprovidas de respeito e bom senso.

Carlos Lima

 

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