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Cooptação financeira: prefeito Colbert nomeia três filhos do vereador Edvaldo Lima/por Carlos Lima

Vereador Edvaldo Lima e o prefeito Colbert Filho

A cooptação de vereadores em troca de apoio incondicional ao Executivo é comum em todos os níveis do Legislativo. Não é fuxico é fato.

No âmbito municipal as mais comuns são as nomeações de cargos de confiança e comissionados, em todos os níveis. São cabos eleitores, parentes e aderentes.

Em Feira de Santana o vereador Edvaldo Lima além de nomear vários apaniguados nas escalas de DA-3, 4 e outros, foi beneficiado com a nomeação de três filhos. Dois DA-1 e um DA-2.

Nenhum deles cometeram crimes ao serem nomeados, no entanto fica evidente que se trata de uma prática de favorecimento pessoal e de comprometimento do vereador e do próprio legislativo através das ações desse Edil em relação ao poder executivo.

Nessa gestão legislativa, que se inicia, lógico que ele não será o único. Comprovação dessa prática política desonesta, já se registrou esse ano.

Requerimento do vereador de oposição Jonathas Monteiro solicitando realização de debate sobre a necessidade de reabertura das escolas em Feira de Santana, foi rejeitado nessa segunda-feira (8).

A motivação da rejeição é o carimbo da subserviência que estava faltando na base de apoio do governo municipal.

Eles solicitaram adiamento da votação do Requerimento porque estavam sem o líder do governo e não sabiam a posição do prefeito sobre o Requerimento.

Jonathas não retirou, eles votaram contra. “Rapadura é doce, mas é dura”.

Vão lamber muito.

Esse é o verdadeiro transnepotismo, ou seja, as nomeações são feitas em poderes diferentes.

A contratação de familiares ou parentes de vereadores da base do Executivo acaba se convertendo em um mecanismo de controle sobre o voto do parlamentar.

Se não seguir a linha ditada pelo executivo, o parente pode perder o emprego. “É uma prática que compromete a independência dos poderes”.

Essa vem sendo, escancaradamente, a prática da base aliada do governo municipal em Feira de Santana a mais de duas décadas.

A captura do Legislativo pelo poder Executivo em Feira no município pelo atual grupo político dominante é também uma variável para não ser apanhado na prática ilícita, fato que vem dando certo a mais de 20 anos.

Esse alinhamento entre o prefeito e a maioria dos vereadores inibe completamente a criação de um processo investigatório, como vem ocorrendo no legislativo feirense, onde ambos se equilibram nos mesmo pés e se ombreiam nas ilicitudes, ou melhor, nos atos de corrupção.

A Câmara Municipal que deveria ter uma atuação de responsabilidade diante das ações do poder executivo, se omite pela maioria dos legisladores, que foram capturados pela nomeação de apaniguados e outros mimos, totalmente camuflados diante da oposição, quando esta não termina se embriagando pelas ofertas dos benefícios individuais.

É extremamente vergonhoso que o vereador evangélico, Edvaldo Lima, de péssima reputação política e religiosa, explique a nomeação dos filhos chamando a imprensa de fuxiqueira.

Os efeitos perversos do Legislativo feirense refletem na vida da sociedade, principalmente nas comunidades mais pobres, eliminados sumariamente de vislumbrar uma melhor qualidade de vida no município.

A impunidade corrupta dos poderes executivo e legislativo, no município, amplia o desvio de recursos, superfaturamento de obras, ausência de investimentos honestos na saúde, educação, habitação e em outras áreas essenciais ao desenvolvimento civilizatório de toda população.

Uma coisa é certa, quanto maiores (ou melhores) o nível educacional dos vereadores que compões o legislativo em Feira der Santana, maiores serão as oportunidades para a redução dos atos de corrupção e de subserviência.

Um fato já comprovado nas ações legislativas, é de que, quando as desigualdades, principalmente educacional, entre os seus membros são acentuadas, maior será o nível de subserviência e corrupção.

“A rapadura é doce, mas é dura”

Carlos Lima

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