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Documentos de delação registra provável financiamento de 60% da campanha de Colbert Martins Filho

Geddel, Colbert e Ronaldo. Cuidado com a Zika

A associação entre Colbert Martins Filho e a Operação Lava Jato ficou nacionalmente conhecida, em 10 de dezembro de 2016, quando a minuta do acordo de delação do executivo da Odebrecht Claudio Melo Filho foi divulgada pela imprensa.

No documento, Colbert Filho é citado como beneficiário de recursos não contabilizados para a campanha eleitoral de 2010 e de recursos financeiros contabilizados para a campanha eleitoral de 2014.

Colbert concorria ao cargo de deputado federal pelo PMDB.

Denominado de anexo pessoal e com marca d’agua do Ministério Público Federal (MPF), é registrado nas páginas nº 71 e 77 do documento relatos do delator Claudio Melo Filho, concernentes à participação de Colbert Filho no Caso Lava Jato. Conforme o exposto logo abaixo:

— (vi) Colbert Martins (BA) [“Médico”], no valor de R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais). Essa ajuda se deu a pedido de Geddel Vieira Lima. Mesmo eu não tendo relação de proximidade, busquei reforçar a liderança que o PMDB da Bahia poderia ter no Congresso. Seu telefone é (61) 99862-5570; (p. 71)

— (iv) Colbert Martins (BA) foi realizada doação eleitoral no valor total de R$ 441.442,59 [Recibos n. 015100600000BA000011 e 015100600000BA000012]. Amigo pessoal de José Carvalho Filho há anos. Fez solicitação em 2014 e, como já tínhamos feito em 2010, repetimos. Seu telefone é (61) 99862-5570; (p. 77)

A partir das informações da delação premiada, foi procedido levantamento da prestação das contas das campanhas eleitorais de 2010 e 2014 de Colbert Filho.

Em 2010, não há registro de lançamento de recursos financeiros oriundos do Grupo Odebrecht.

O fato levanta suspeita de uso de caixa dois na campanha eleitoral. O caixa dois é um tipo de recurso não contabilizado e é considerado ilícito pela justiça eleitoral.

Sobre esse tema, através de declarações à imprensa, Colbert Filho negou o recebimento de recursos da Odebrecht.

Em 2014, através da Braskem, empresa pertencente a Organização Odebrecht, foi repassado para a campanha de Colbert Filho a importância de R$ 411.442,59.

Observa-se que o valor é substancialmente significativo, quando verificado que no registro oficial da campanha foram contabilizadas doações que somam R$ 660.917,59. Analisando os dados, infere-se que a Braskem financiou 60,63% da campanha de Martins.

Em 14 de dezembro de 2016, a Braskem comunicou que assinou acordo de leniência com MPF em Curitiba em colaboração às investigações da Operação Lava Jato.

Em documento enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa concordou em pagar multa de R$ 3,1 bilhões. O acordo é uma espécie de delação premiada de empresas.

Analisando o conjunto de dados, infere-se que o Grupo Odebrecht assume que cometeu crime e que, no transcurso das ações, agiu em benefício de políticos, dentre elas, cita o vice-prefeito-eleito Colbert Filho. Conclui-se que o político feirense do PMDB será um dos investigados pela força-tarefa do Caso Lava Jato.

Além do envolvimento da Lava Jato, Colbert Filho foi denunciado pelo MPF nos casos ‘Farras das Passagens’ e ‘Voucher’. Nos dois últimos, o político responde na Justiça Federal por possível desvios de recursos públicos.

O grupo político que apoia a gestão do prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo de Carvalho (DEM), sentiu o impacto do conjunto de denúncias, cuja repercussão nacional, nos três casos, lançou sobre a política local suspeição de envolvimento em atos de corrupção.

Nos bastidores da política, o protagonismo de Colbert Filho, nos episódios, é observado com severa censura. Em acréscimo à situação, a tentativa do peemedebista de ocupar uma das secretarias municipais de Feira de Santana — da Saúde ou Educação — é censurada com severa crítica.

Conforme relatos de fontes, Colbert Martins Filho, cujo codinome é Médico, foi apelidado por aliados de José Ronaldo como ‘Colbert, o sem voto’.

A jocosa alcunha é uma referência ao fato do PMDB ter obtido apenas cerca de 10 mil votos nas eleições municipais de 2016 de Feira de Santana, não alcançando quociente para eleger se quer um vereador.

Para os apoiadores de Ronaldo, a participação de Colbert Filho e do PMDB no governo deve se restringir ao mínimo possível, ou seja, ao cargo de vice-prefeito.

Eles avaliaram, ainda, que uma possível saída de José Ronaldo para disputar cargo majoritário, em 2018, deve ser revisto, em decorrência da possibilidade de Martins assumir o comando do município.

Na avaliação dos apoiadores de Ronaldo, seria um completo desastre ter um político com perfil de Martins, conduzido o grupo em Feira de Santana. Eles afirmam que a situação provoca repulsa e temor de dissolução do grupo .

Carlos Augusto

Sobre essa matéria o cljornal estará fazendo uma análise das prováveis ou forçadas mudanças que o prefeito eleito, ,José José Ronaldo de Carvalho, tavez seja obrigado a fazer, diante dos fatos mais recentes que envolvem o seu vice Colbert Martins da Silva. (cljornal)

 

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