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O noticiário e meus quase 40 anos de rádio jornalismo/por Carlos Lima

Rádio Jornalismo em Feira de Santana

Vi e passei por quase tudo relacionados a programas jornalísticos em emissora de rádio, além de artigos e matérias em jornais. Não me surpreendo em mais nada. 90% do ambiente é dominado pelo “livre mercado” defendendo os interesses e mecanismos de exploração financeira e exclusão social

São legitimados pelo capital e parcialidade, agregando significado naqueles que determinam uma visão própria, política-ideológica.

Em Feira de Santana o rádio jornalismo possui 98% dos órgãos de comunicação subjugados aos interesses do capital e 90% dos profissionais defendem a ideologia do “levar vantagem”.

Muitos enxergam a comunicação como um entreposto comercial. Sendo pago, tudo é ‘divino maravilhoso’, a cartilha ou catecismo a ser adotado, depende do valor barganhado e agregado.

Rezar na cartilha de Bolsonaro foi muito fácil, a elite feirense não economizou, portanto, o entreposto comercial se viu abastecido. Ainda existe forte influência, digo, dinheiro disponível para chamar Lula de ladrão e Bolsonaro de mito, traído pelas Forças Militares.

Defender o indefensável e louvar o autoritarismo, o escravagismo, o neonazismo, o fascismo e expandir o habitus dessas práticas.

O terrível quadro de desigualdades no país e no município não tem nenhuma relevância, desde que a maioria da classe empresarial esteja injetando recursos em seus projetos de comunicação, não existe nenhum compromisso com a verdade e o povo.

É dessa forma que declaram guerra contra os progressistas que defendem e lutam por mudanças.

Não temo dizer que grande parte dos profissionais de comunicação do rádio jornalismo em Feira de Santana, não apenas simplesmente informam, eles constroem, na maioria, uma significativa interpretação em defesa dos seus financiadores e fomentam uma subordinação vergonhosa, imoral, condicionando e monopolizando a consciência dos seus ouvintes.

Ouço nas ruas e em reunião de amigos e pessoas, o aguçado senso crítico de desencantamento com a qualidade do nosso setor de comunicação.

Algum tempo atrás, fazendo leitura no Blog de Suzete Herrman encontrei a seguinte frase: “Uma vez concluída a educação formal, o noticiário é quem passa a nos ensinar”. Aqui em Feira de Santana, seguindo essa ideia, você estaria perdido.

Carlos Lima

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