A Liga Árabe aumenta a pressão sobre o governo do presidente eleito Jair Bolsonaro e aprovou, nesta terça-feira no Cairo, uma resolução pedindo que o Brasil “respeite o direito internacional” e que abandone a ideiade mudar a embaixada do País de Tel Aviv para Jerusalém, o que significaria o reconhecimento da cidade como capital de Israel.
O grupo irá mandar uma carta de protesto ao novo governo e, segundo o governo palestino, os embaixadores brasileiros serão alertados de que, se o plano for mantido, a região tomará as “medidas políticas, diplomáticas e econômicas necessárias” diante de um ato considerado como “ilegal”.
A decisão foi tomada depois que as autoridades palestinas solicitaram uma reunião de emergência da Liga Árabe diante do anúncio do presidente eleito.
Pesou ainda o fato de a Austrália, no fim de semana, dar uma sinalização na mesma direção, ainda que com uma decisão mais suave que a brasileira e reconhecendo apenas Jerusalém Ocidental como capital de Israel.
Outra decisão anunciada por Cairo foi o envio de uma “delegação de alto escalão” ao Brasil para lidar com a crise e para informar ao novo governo de Bolsonaro sobre a necessidade de “cumprir o direito internacional” no que se refere à situação de Jerusalém.
Agradecendo aos demais países árabes, o chanceler palestino, Riyad Malki, indicou em um comunicado que a decisão havia sido tomada por unanimidade.
Na carta enviada a Bolsonaro, os árabes vão destacar as resoluções da ONU que estabelecem o status legal de Jerusalém.
O conselho da Liga Árabe ainda decidiu comunicar aos embaixadores brasileiros nos diferentes países árabes sobre “qualquer ato que viole o status legal e histórico de Jerusalém”.
De acordo com Malki, o recado irá alertar que “estados membros da Liga Árabe tomariam as medidas políticas, diplomáticas econômicas necessárias em relação a essa ação ilegal”.
Embaixadores palestinos de alto escalão explicaram ao Estado que a aprovação da resolução é um sinal claro de que os demais governos árabes estão dispostos a reduzir compras de carnes e outros produtos brasileiros caso a mudança da embaixada prometida por Bolsonaro siga adiante.
Reuters