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‘Armação da CNN’ chega aos trending topics; emissora manipulou cronologia das imagens

A expressão “Armação da CNN” chegou aos assuntos mais comentados do Twitter após internautas detectarem inconsistências nas imagens divulgadas pela emissora, que mostram o general Gonçalves Dias, ex-ministro do GSI, nos corredores do Palácio do Planalto durante os atos golpistas de 8 de janeiro.

Gonçalves Dias foi convocado para uma reunião de emergência com Lula e acabou demitido na noite desta quarta-feira (19).

A edição divulgada pela CNN deu a entender que o ex-ministro teria auxiliado e apoiado os golpistas bolsonaristas, mas as imagens mostram que ele não estava lá no momento da invasão do prédio.

Internautas também questionam por que a emissora escondeu os rostos dos outros integrantes do GSI que aparecem nas imagens, e só divulgou o de Gonçalves Dias — um dos poucos generais que tem alguma proximidade com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Atualmente, a CNN passa por um processo de guinada à extrema-direita e é vista como uma espécie de substituta da Jovem Pan. Para criticar diariamente o governo Lula, a emissora contratou para os seus quadros figuras como Janaína Paschoal e Caio Coppolla.

“Por que a CNN mostrou só rosto do General Gonçalves Dias e borrou o rosto dos outros agentes do GSI ligados ao General Heleno?

Por que a CNN editou a sequência dos horários dos acontecimentos?

Seria uma ARMAÇÃO DA CNN?”, questionou um internauta.

 “O povo quer saber: Por que a CNN não mostrou os rostos de todos os militares golpistas? Quem forneceu [as imagens] fez essa exigência?”, questionou outro.

O que disse Gonçalves Dias
Após deixar o cargo, Gonçalves Dias disse que foi para o Planalto no dia 8 de janeiro para ajudar a retirar os bolsonaristas.

“Eu cheguei ao palácio quando os manifestantes tinham rompido o bloqueio militar na altura do Ministério da Justiça. A maior parte subiu pela rampa. Como o palácio tem vidro, as pessoas quebraram os vidros. Não entraram pelas portas. É um vidro extremamente vulnerável”, disse.

“Eu entrei no palácio depois que o palácio foi invadido e estava retirando as pessoas do 3º e 4º piso, para que houvesse a prisão no 2º”, completou.

Gonçalves Dias afirma que sua imagem ao lado de manifestantes foi tirada de contexto. “Colar na realidade a minha imagem, aquela situação momentânea que estava ali, colar minha imagem, aquele major distribuindo águas a manifestantes. Fizeram um corte específico na produção, na produção dos vídeos que vocês olharam”, disse.

 “Eu tenho 44 anos de profissão no Exército brasileiro. Sempre pautei minha vida em cima dos valores éticos e morais. O maior presente que eu dou a mim até hoje é a honra. Então aquilo [a imagem] é um absurdo”, continuou.

O ex-ministro afirmou que militares que aparecem ajudando manifestantes devem ser punidos. Ele citou especificamente um major que estava distribuindo água.

“Quem tiver algum envolvimento, que seja punido. Inclusive aquele major. Aquilo é um desvio de atitude aqui de dentro”, argumentou.

Segundo ele, a ação do GSI visava preservar o palácio da ação dos invasores.

“Ninguém fala, mas nós preservamos praticamente o terceiro piso todinho. O coração do Planalto, que é a sala do presidente, ela foi preservada. Toda a ala do gabinete pessoal foi preservada e o quarto piso foi preservado por completo desses invasores”, pontuou Dias.

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disse em uma rede social que agentes do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) filmados durante os atos criminosos de 8 de janeiro “eram do governo Bolsonaro”.

“Agentes filmados colaborando com invasores do Planalto eram do governo Bolsonaro, do GSI do general Heleno, que ainda não haviam sido substituídos.

O general Gonçalves Dias sai, mas as investigações continuam. Não adianta vir com armação: Invasores, terroristas e golpistas eram todos da turma de Bolsonaro. Vão pagar por seus crimes”, afirmou.

 

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