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Ministro sugere que armas na prisão são fruto de “algum tipo de acordo” entre os estados e detentos

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, apresentou balanço das atividades da pasta em 2017 (Foto: Bernardo Caram/G1)

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, levantou a suspeita nesta quinta-feira (28) de que o alto número de armamentos encontrados com detentos em presídios brasileiros são fruto de “algum tipo de acordo” entre os estados e os presos.

Em balanço apresentado nesta quinta, o Ministério da Defesa informou que a Operação Varredura, realizada pelas Forças Armadas, encontrou 10.882 armas e objetos perfurantes em 31 presídios brasileiros vistoriados neste ano. Em média, havia aproximadamente uma arma para cada dois detentos.

“Como isso foi parar aí dentro? Dentro do sistema prisional. A gente chega a pensar se não existe, enfim, algum tipo de leniência, algum tipo de acordo entre sistema prisional e os estados e aqueles que estão presos ali dentro”, afirmou o ministro.

“Parece haver uma espécie de acordo tácito. ‘Não aperta a gente aqui que a gente não cria problema lá’ ”, continuou Jungmann.

Durante a mesma entrevista, o ministro voltou a tratar do assunto e ponderou que não estava se referindo diretamente aos governadores, mas ao sistema penitenciário dos estados.

“Se eu falo ‘estado’, estaria falando do governador, seria uma leviandade”, disse. Ele ressaltou que a avaliação é um “inferência” pessoal, e não uma informação fornecida por serviço de inteligência.

Esta não é a primeira vez que um ministro do governo Temer põe em dúvida a atuação de agentes públicos da segurança. Em outubro, o ministro da Justiça, Torquato Jardim, se envolveu em uma polêmica ao afirmar que o governo estadual do Rio de Janeiro não controla a polícia militar e que o comando da corporação está associado ao crime organizado.

Bernardo Caram

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