O ex-ministro da Educação e antecesssor de Milton Ribeiro à frente da pasta Abraham Weintraub comentou, nesta quarta-feira (22), sobre a prisão de Milton após o escândalo sobre possíveis esquemas de propina dentro do Ministério da Educação.
“É o infeliz resumo do pacto firmado pelo presidente Jair Bolsonaro e os políticos do Centrão, e que culminou com a minha saída do MEC”, disse Weintraub ao Globo.
A fala de Weintraub veio após a prisão de Milton Ribeiro pela Polícia Federal, na manhã desta quarta (22), por suspeitas de irregularidades dentro do Ministério envolvendo propinas.
A PF prendeu Milton Ribeiro por suspeitas de envolvimento em corrupção e tráfico de influência durante sua gestão à frente do ministério.
Também cumpre mandados de busca e apreensão e prisão contra os pastores-lobistas Arilton Moura e Gilmar Santos, por suspeitas de crimes na liberação de recursos do MEC para prefeituras.
A operação foi autorizada pela 15ª Vara Federal do Distrito Federal e apura crimes como corrupção e tráfico de influência durante a gestão de Milton Ribeiro.
A investigação teve início no Supremo Tribunal Federal, mas foi enviada à primeira instância depois que Milton deixou o cargo de ministro da Educação do governo Bolsonaro.
No total, são cumpridos 13 mandados de busca e apreensão e cinco prisões preventivas nos estados de Goiás, São Paulo, Pará e Distrito Federal, além de medidas cautelares como a proibição do contato entre os investigados.
O prédio do MEC é um dos locais de buscas em Brasília.
Em depoimento prestado no caso, Milton Ribeiro disse desconhecer a atuação dos pastores e afirmou que “não autorizou” os religiosos a falar em nome do ministério.
“Não tinha conhecimento que o pastor Gilmar ou o pastor Arilton supostamente cooptavam prefeitos para oferecer privilégios junto a recursos públicos sob a gestão do FNDE ou MEC”, disse.
A prisão do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro foi considerada por aliados do presidente um “desastre” às vésperas da disputa eleitoral.
Na avaliação de interlocutores da campanha de Bolsonaro, o episódio cria uma “tempestade perfeita” politicamente que municia adversários contra o presidente eleito com a bandeira da anticorrupção.
Todavia, o grupo de Bolsonaro ainda evita fazer uma avaliação da extensão dos prejuízos da prisão de Ribeiro por suspeita de crimes envolvendo a liberação de verbas do MEC para prefeitura, com suposta autorização de Bolsonaro.
Por ora, a ordem entre integrantes do governo é de cautela e evitar declarações em defesa de Ribeiro, para blindar Bolsonaro.
A postura a ser adotada é que o governo apoia a investigação e uma “punição exemplar”, caso sejam comprovados os crimes.
RCL