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Xo vê se entendi por Antonio Brito

Carlos Lima e Antonio Brito

Texto do meu saudoso e amigo Antonio Brito

Discussão no Feicebuq é feita de argumentos instantâneos, desordenados, incompletos ou truncados. Não há tempo para pesquisar no ato aquilo que estamos afirmando ou desdizendo. E quase nada sai ao nosso gosto.
Se a troca de ideias evolui para uma inesperada polêmica, ah!… Haverá uma sequência de mal-entendidos e discrepâncias – o que é saboroso pra curtidores, observadores, partidários e desafetos dos que polemizam.
O que decorre desse tipo moderno de debate público é a certeza única de que tudo será duvidoso e conflitante. Num triz, uma vírgula ou uma citação incompleta provoca críticas nem sempre justas e desculpas por vezes elogiáveis. Mas aparecem asperezas a mi-mi-mís e também isso, dificulta a que feicebuqueiros em discórdia entrem em consenso.
ALIÁS… Acabo de chamar de ‘feicebuqueiros’ os nobres usuários da rede, desagradando portanto ao imponente Facebook e a compenetrados internautas. Quanto ao Fêice, este há de fazer vista grossa. Porém, os amigos não perdoam: às favas o “tema principal”, ainda que seja o amor, e ainda que lavrado por Clarice Lispector. Eles vão questionar sobre outros porquês e instalar um proselitismo variado e sem fim. Logo,entender agora essa lógica me é fundamental…
“Se liga aê, galera (Guilhermino Angelim), que esse é um tema-barril (Wesllen Wesllen LibRe)”. Ora, de minha parte, eu tô tão ligado que escrevi Feicebuk em português, mesmo sabendo que muitos rir-se-ão do meu “neologismo tupiniquim” (Emiliana Carvalho, Sérgio Costa Jones, Augusto Cruz). Melhor assim do que formalizar um “Senhor Fêice, ou Senhora Face”. Isso nem pensar, porque logo eu seria multicensurado.
Uns me achariam “carinhoso demais da conta” (Laurenço Aguiar, Orlandino Rocha) com a megaempresa. Outros me alertariam que ela foi “delatada” pelo Snowden de ser informante do serviço secreto dos Stêites (Marco Duarte, Fernando Freitas, Bruno Casalotti). E ainda haveria amigos a dizer que “Esse babado de discutir no Feice é furado” (Benjamim Souza, Juventude LibRe, Dilma Rousseff, Angela Merkel).
“Por que letras maiúsculas (José Gonçalves, Glauco Ludwig Araujo)? “Tá antenado mesmo, cabra?” ( Beto Borges). E eu responderia que sim, mas que não sei é opinar se “na teoria a prática é outra” ( Gládis Lorinda Ludwig, Carlos Lima Carlos Lima). Mesmo que o tema seja ‘amor’, ele é de complexa explicação, as pessoas abraçam o conceito e ficam a mercê de contextos e situações ( Eliane Felix. Pedro César Batista, Fá Fatinha Teles, Leide Oliveira, Odair Oliveira, Irenita LibRe).

Tem ainda a considerar a elasticidade da língua portuguesa ( Maria Da Conceição Matos, Paulo Iannone, Sergio Emmanoel Teixeira, Aurélio Buarque de Hollanda, Geovane De Assis Batista), o entendimento que se particulariza em cada subjetividade (Carol Bittencourt, Pedro Sá, Marcos Cesário). E tem, tem, tem…

Cês querem saber de uma? A tirada poético-filosófica da Lispector, sobre o amor, postada dia 22/01/15 resultou em comentários que deram rumos curiosos, interessantes e válidos ao tema. Ao opinarem, os meus amigos divergiram gostosamente. Os que mais polemizaram têm entre si afinidade ideológica e política, cada um com sua dinâmica intelectual – o que levou a “refrega” à certa polarização tornando-a divertida, apropriada e imperdível.
‘Cortar o barato’ de um confronto de teses sobre o amor, quem há de? Mas ao derivar para a possibilidade ou não de sua aplicação prática, o tema escorregou para a filosofia. E eis que um dos participantes inesperadamente entrou no pode-não-pode. Entrou no auge do debate acalorado, e exatamente como manda o recurso retórico do velho Aristóteles, conhecido no mundo acadêmico por Torre de Babel. Só não entrou com um murro na mesa (não era Grécia e sim internet). Mas enfiou de bate-pronto uma frase irônica, quase debochando do desvio do assunto, o amor. E foi letal à continuidade.
– Hahahahaha. Óh! Vitor Queiroz Queiroz, seu imberbe de uma figa! A reflexão tão boa, nos pórticos da teoria e da ciência… Nordestino versus gaúcha! E tu entras de supetão, moço, com sotaque de paulista sedento pisando no oxente, báh!!! Se não sabes, a “audiência” de internautas zoou em meu celular na hora, meu… As razões pegavam fogo, mas a ‘tiurma’ não queria a chegada de bombeiros, véi…
Esqueceste que um dia antes (22/01), em nosso mural de face, tu e Laurenço Aguiar trocaram 80 réplicas pesadas, desaforadas, intensas, seguidas, agitadas, desafiantes, acusatórias (boas, reconheço) e ninguém apartou? Rolaram: “partido socialista de mentirinha” contra “teoria inaplicável”; dissecação da social-democracia, do reformismo e assistencialismo, da relação social do governo, marginalização do movimento social, política de Estado, teoria da revolução… O diabo! Acho até que o ‘molambinho’ (aqui pra ele, ó!) foi tu que o enfiou no olho do título de tua postagem (obrigado, me marcou, veio pro meu mural)…
– Hahahahaha. Agora rio de novo, sabe por que, Vitor? Porque na net a discussão é pública e a entrada é franca. Isto é, não erraste em nada. Eu quis aqui só te cutucar, pirraçar, mas já tô arrependido, porque teu topete foi de arrepiar e segurastes o boné naquele arranca-rabo com Laurenço Aguiar. Ao informá-lo que tu eras um “de menor”, ele pasmou: “Então eu me medi com um fedelho?” – Rindo eu o corrigi: Se ‘mediu’, não; se ‘meteu’. Agora, Vitor, te digo, sério, né veneno não, Laurenço acha que tu é politicamente fraco. Dê-lhe o troco e fique com uma abraço.
Ah, siiiiim… Desculpem-me vocês aí da galera que espera o que prometi no começo. Não fiquei de desvelar e entender sobre “desvios de tema” no Facebook? Ok. Eu já entendi, mas sem querer, sacomé?, desviei também.
Antonio Brito

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