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Ataques israelenses aos palestinos em Gaza já provocou mais de 400 mortes

Milhares de habitantes fugiram neste domingo de Shajaya, periferia leste da cidade de Gaza, onde muitos mortos e feridos jazem pelas ruas após uma intensificação da ofensiva israelense contra o enclave palestino controlado pelo Hamas que já fez 410 vítimas palestinas.

O Hamas e Israel anunciaram que tinham aceitado um pedido do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) para observar uma trégua humanitária entre 10h30min e 12h30min GMT (7h30min e 9h30min no horário de Brasília) em Shajaya, onde o bombardeio israelense matou pelo menos 50 pessoas neste domingo, incluindo 17 crianças, 14 mulheres e quatro idosos.

Contudo, pouco depois, Israel voltou a atacar em Shajaya, afirmando responder ao Hamas.
Na frente diplomática, os esforços continuaram em favor de uma trégua. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, é esperado neste domingo na região. Uma reunião está agendada no Catar entre o presidente palestino, Mahmud Abbas, e o líder exilado do movimento islâmico Hamas, Khaled Meshaal.

O exército de Israel anunciou a intensificação de sua ofensiva terrestre, lançada na quinta-feira para neutralizar os disparos de foguetes e os túneis subterrâneos do movimento palestino.

Milhares de pessoas tentavam escapar de Shajaya, um setor perto da fronteira com Israel, onde as ambulâncias não conseguem chegar devido à intensidade dos bombardeios. Um motorista de ambulância e um cinegrafista palestino foram mortos.

O exército de Israel reconheceu a morte de cinco de seus soldados, a maioria durante um confronto no sábado contra um comando palestino que se infiltrou em Israel por um túnel, enquanto 55 outros ficaram feridos.

O braço armado do Hamas, as Brigadas Ezzedine al-Qassam, reivindicou as operações “por trás das linhas inimigas” em território israelense, alegando ter matado 11 soldados. Dois civis israelenses também foram mortos desde 8 de julho.

O ministro das Finanças israelense, Naftali Bennett, declarou à rádio pública que os túneis escavados pelo Hamas tinham a intenção de “atacar simultaneamente de sete a oito kibutz” (aldeias cooperativas), afirmando que Israel estava “pronto para pagar um preço terrível para evitar que civis israelenses sejam vítimas desta catástrofe”.

Israel mobilizou 53,2 mil homens dos 65 mil reservistas autorizados pelo governo para a ofensiva nesta pequena faixa de terra de 362 km², ondem vivem, em meio à extrema pobreza, 1,8 milhão de palestinos, uma das densidades populacionais mais altas do mundo.

A comunidade internacional tem apelado repetidamente a Israel para preservar a vida dos habitantes, enquanto a ONU diz que mais de três quartos das vítimas são civis.

A ONU em Gaza indicou, por sua vez, que acomoda mais de 63 mil deslocados, mais do que durante o conflito de 2008-2009, que teve 1,4 mil palestinos mortos.   

Fonte: AFP

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