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Merkel e social-democratas alcançam acordo

A chanceler alemã Angela Merkel, da União Cristã Democrata, e o lider do Partido Social Democrata, Martin Schulz - JOHN MACDOUGALL / AFP Leia mais: https://oglobo.globo.com/mundo/merkel-social-democratas-alcancam-acordo-de-coalizao-na-alemanha-22373488#ixzz56RJpnBap stest

Os conservadores da União Democrata Cristã (CDU), partido da chanceler Angela Merkel, e o Partido Social-Democrata (SPD) chegaram a um acordo para formar um governo nesta quarta-feira, informou a imprensa alemã. Merkel tenta formar um novo governo desde que o bloco que lidera, formado também pela União Social-Cristã (CSU), da Baviera, perdeu cadeiras no Parlamento nas eleições gerais de setembro passado.

Segundo os jornais alemães, o acordo implica grandes concessões dos conservadores aos social-democratas, cujas bases se queixavam da perda de identidade do partido depois de dois governos de “grande coalizão” com os democratas cristãos, seus rivais históricos.

Sob o acordo, o SPD fica com o Ministério das Finanças, ocupado até recentemente por Wolfgang Schaüble, um economista ortodoxo que ficou conhecido pelas condições draconianas impostas aos países do Sul do Europa afetados pela crise financeira de 2008. O SPD também ficaria com os ministérios do Exterior e do Trabalho. O novo ministro das Finanças seria o prefeito de Hamburgo, Olaf Scholz.

Os democratas cristãos de Merkel ficam com os ministérios da Economia e da Defesa, e os social-cristãos com o Ministério do Interior.

“Cansados, mas felizes. Finalmente há um acordo. Os detalhes finais estão sendo trabalhados no texto”, dizia a legenda de uma foto postada na internet pelo presidente do SPD, Martin Schulz, e outros negociadores do partido. Schulz deve ocupar o Ministério do Exterior, e seria substituído na liderança do partido pelo líder parlamentar do partido, Andreas Nahles.

Conforme promessa feita por Schulz, o acordo ainda será submetido aos 464 mil filiados da agremiação, em votação que deverá ocorrer em três semanas. O líder da ala jovem do SPD, Kevin Kuhnert, encabeçava uma campanha dentro do partido de rejeição a uma nova “grande coalizão”.

Conservadores e social-democratas também discordavam sobre a reforma da saúde pública e a regulamentação dos contratos de trabalho temporários.

Mais de quatro meses após a eleição nacional, o impasse político na maior economia da Europa tem causado preocupação a investidores e parceiros da União Europeia (UE), já que as questões internas na Alemanha podem adiar negociações-chave, como a reforma da zona do euro e a saída do Reino Unido do bloco. Na terça-feira, Merkel havia dito antes de se encaminhar à reunião com o SPD que estava disposta a firmar um “compromisso doloroso” para formar um governo.

— Estou disposta, sim, para que ao final possamos garantir que as vantagens sejam superiores às inconveniências — disse Merkel, destacando que o “interesse superior do país” está em jogo. — Cada um terá que aceitar um compromisso doloroso.

Era crucial que a chanceler obtivesse êxito na formação de uma coalizão para que não comece seu quarto mandato com um governo minoritário, com risco até de aceitar a realização de novas e eleições e de perder ainda mais espaço para a extrema-direita. No pleito do ano passado, os radicais do Alternativa para Alemanha (AfD) obtiveram 13% dos votos, conseguindo entrar pela primeira vez no Parlamento federal.

O Globo

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