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Relatório sobre violações ao embargo à Líbia é barrado por Rússia e China, diz ONU

Relatório sobre violação da Líbia é barrado na Rússia e China, diz ONU Tanques destruídos pelo conflito na cidade de Misrata, na Líbia

A Rússia e a China barraram a divulgação de um relatório que denunciava a violação ao embargo de armas da ONU (Organização das Nações Unidas) na Líbia, disse o embaixador adjunto das Nações Unidas, Gunter Sautter.

Especialistas da ONU comprovam a violação ao embargo de armas da Líbia pelo governo do país, reconhecido internacionalmente, e pelas forças rivais comandadas por Khalifa Haftar. “O embargo continua totalmente eficaz”, diz o documento, como relatou a AP.

Rússia, Emirados Árabes Unidos e Jordânia, que apoiam Haftar, desobedeceram a sanção, assim como a Turquia e Catar, que apoiam o governo líbio reconhecido pela ONU.

“A divulgação do relatório confere a transparência necessária para nomear aqueles que continuam a violar abertamente o embargo de armas, apesar de todos os acordos já estabelecidos”, disse Sautter.

O bloqueio de informações foi reportado ao Conselho de Segurança da ONU.

Rica em petróleo, a Líbia está mergulhada em confrontos violentos desde a queda do autocrata Muammar Khadafi, em 2011. As forças rebeldes ganharam terreno na disputa em abril de 2019, na tentativa fracassada de Haftar de tomar a capital, Trípoli.

Mercenários e desobediência

Outras 11 empresas também violaram o embargo de armas da Líbia, disseram os especialistas da ONU.

Uma delas é a Wagner Group, empresa de segurança privada russa. De acordo com o relatório, a empresa disponibilizou entre 800 e 1,2 mil mercenários a Haftar.

As partes em conflito e seus apoiadores internacionais também não inspecionam aeronaves ou navios quando há carga de armamento e munição militar. A inspeção é uma exigência da resolução de 2015 do Conselho de Segurança.

Questionados, os representantes dos países aliados negaram as acusações.

“Não comentarei um relatório que não li, mas nego qualquer tipo de desobediência [ao embargo]”, disse o ministro das Relações Exteriores dos Emirados Árabes Unidos, Anwar Gargash, à AP.

NASSAK

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