Durante sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos golpistas de 8 de janeiro, a uma deputada bolsonarista protagonizou um dos episódios de maior vergonha alheia da CPMI até aqui.
Silvia Waiãpi (PL-AP) prestou continência ao tenente-coronel Mauro Cid, assessor especial e braço direito do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Mauro Cid é acusado de peculato e improbidade administrativa no caso das joias sauditas e de fraude no caso da adulteração dos passaportes vacinais de Bolsonaro e sua família. Cid também é apontado como um dos articuladores de um golpe de estado que favoreceria o ex-presidente.
Investigações da Polícia Federal identificaram no celular apreendido de Cid um roteiro para um golpe contra a democracia. A ideia era impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e instaurar um governo de exceção. À CPMI, Cid optou pelo silêncio.
Silvia Waiãpi , logo no início dos trabalhos da CPMI, passou em frente ao investigado Cid. Na hora, prestou continência ao bolsonarista. O depoente acenou brevemente, enquanto outros componentes da mesa olharam incrédulos.
Após a repercussão da cena, Silvia divulgou uma nota de esclarecimento: “Eu como 1° Tenente e oficial da reserva, prestei minha reverência e respeito ao Tenente-Coronel ali presente, tendo em vista que iria me retirar para participar de outra CPI. Continência é a saudação militar.
Ela é o sinal de respeito dado pelo militar individualmente a seus superiores, iguais ou subordinados, – às autoridades, à bandeira ou ao Hino Nacional”.
A deputada Silvia Waiãpi, aliada do ex-presidente Jair Bolsonaro, bateu continência para o ex-ajudante de ordens da Presidência Mauro Cid. Ele presta depoimento à CPMI do 8 de Janeiro nesta terça-feira, 11. pic.twitter.com/PlghKWv7sG
— Política Estadão (@EstadaoPolitica) July 11, 2023