A deputada federal Carla Zambelli (PL), uma das mais radicais e agressivas apoiadoras do presidente Jair Bolsonaro, pode ter saído do Brasil nesta quinta-feira, 3.
Quem garante é o também parlamentar André Janones (Avante), que publicou a informação no Twitter. “Zambelli acaba de deixar o país”, escreveu.
Cerca de 40 minutos depois da primeira postagem, Janones voltou a escrever sobre o assunto. Ele disse que não há mandado de prisão contra a deputada, mas a saída “repentina” causa “estranheza”.
“Atualização do caso Zambelli: não é possível falar em fuga vez que, apesar dos pedidos de prisão, ela não estava proibida de deixar o país.
Porém, causa estranheza a maneira repentina com que saiu do país, e também o fato de ter feito a rota do Panamá. Seu destino é desconhecido”, postou.
A possível viagem internacional de Zambelli, num momento de tensão pós-eleição, repercutiu rapidamente na rede social, onde algumas hipóteses foram levantadas, inclusive a de que a deputada teria seguido para os Estados Unidos, seguindo o exemplo de outro bolsonarista notório, o blogueiro Alan dos Santos, que tem um mandado de prisão expedido pelo Supremo Tribunal Federal.
Carla Zambelli teve as contas nas redes sociais suspensas após decisão judicial. Ela é acusada de incentivar atos golpistas desde domingo, 30, quando Lula derrotou Jair Bolsonaro na disputa presidencial.
Apesar disso, criou novos perfis e publicou um comunicado em que se diz perseguida pela Justiça e volta a estimular manifestações antidemocráticas.
Ela afirma ainda que o “Parlamento está sendo violado” e revela temor em ser presa. “O próximo passo é a prisão dos opositores, como já vimos em diversos regimes de esquerda na América Latina”, destacou.
Às vésperas da eleição, ela ganhou os holofotes ao perseguir armada um homem nas ruas de São Paulo, colocando em risco a vida de várias pessoas que transitavam no local.
Parlamentares já solicitaram a cassação do mandato de Zambelli, reeleita este ano.
A deputada ganhou fama na esteira do bolsonarismo e tem feito repetidos ataques às instituições brasileiras, tendo como alvo principal o Supremo Tribunal Federal, em especial ao ministro Alexandre de Moraes.