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Lira empregou familiares de assessor investigado por fraude no FNDE, diz Polícia Federal

Arthur Lira (primeiro da esquerda à direita) e Luciano Cavalcante (terceiro da direita à esquerda)

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), empregou familiares do agora ex-assessor da liderança do PP na Casa, Luciano Cavalcante.

Ele é investigado pela Operação Hefesto da Polícia Federal (PF), que investiga fraudes e lavagem de dinheiro a partir de contratos de compra de equipamentos de robótica para escolas em Alagoas com dinheiro do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). A apuração é do Estadão.

Irmão de Luciano, Carlos Jorge Ferreira Cavalcante, foi nomeado chefe da Superintendência da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) em Alagoas, sob as bênçãos de Arthur Lira e do pai do deputado, o atual prefeito de Barra de São Miguel (AL), Benedito de Lira, conhecido como Biu.

No cargo, Carlos recebe um salário de R$ 19.487,36.

A esposa de Luciano, Glaucia Maria de Vasconcelos Cavalcante, também está empregada na CBTU de Alagoas no cargo de gerente regional de Planejamento e Engenharia do órgão, com um salário de R$ 13.313,10.

De acordo com as investigações da PF, Luciano Cavalcante e sua esposa foram beneficiados com os recursos desviados do FNDE. Conforme mostrou reportagem da Folha de S. Paulo, os valores eram provenientes das emendas do Orçamento Secreto, cujo controle de distribuição era de responsabilidade de Arthur Lira.

As investigações da PF sobre os esquemas de corrupção na compra de equipamentos de robótica apontam que o empresário Edmundo Catunda repassou R$ 550 mil à Construtora EMG, que levantou a residência de Luciano Cavalcante. Catunda é sócio da empresa Megalic, que ganhou as licitações de kits de robótica para escolas de municípios em Alagoas.

Segundo a PF, os pagamentos destinados à construtora foram feitos entre abril e outubro de 2020, o mesmo período em que foram acertados os detalhes dos acordos na compra dos equipamentos de robótica.

Em nota, a PF afirma que “foram realizadas, pelos sócios da empresa fornecedora [Megalic] e por outros investigados, movimentações financeiras para pessoas físicas e jurídicas sem capacidade econômica e sem pertinência com o ramo de atividade de fornecimento de equipamentos de robótica, o que pode indicar a ocultação e dissimulação de bens, direitos e valores provenientes das atividades ilícitas”.

Caroline Oliveira

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