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Milton Brito – A ninguém atribuo…

Milton Brito Lança o Livro 'O EU DESILUDIDO' - Foto Viva Feira

Milton Brito

A ninguém atribuo as minhas desilusões, que são frutos da minha
própria estrutura intelectual, formada pelas minhas andanças e pelo
desejo
de ver na humanidade, a harmonia que não se encontra nem no
universo,
que se descompassa em campos gravitacionais. A ilusão é minha,
como
também a desilusão, que, por certo, não cantaria se não fosse poeta e,
por
consequência, sonhador. Versos são para se cantar e a sonoridade vai
a
compasso de espera por uma harmonia que os dedos não
acompanham
porque necessitam de exercícios, que o tempo não permite pela nossa
exiguidade para tantas atribuições. Sendo eu mesmo, o múltiplo de
razões
incompreendidas, dou ao mundo as minhas alegrias e as minhas
dores, que
não são a do amigo Schopenhauer, mas podem se espelhar em Merck,
amigo jovem de Goethe, que vaticinava: “A feia pretensão à
felicidade na medida em que sonhamos, estraga tudo neste
mundo. Quem se puder emancipar dela e nada mais pretender
que aquilo que tem diante de si, poderá vencer”. Ensina-nos
Schopenhauer: “o meio mais seguro de não sermos muito
infelizes será o de não querermos ser felizes demais”.
O título deste livro é muito mais uma tentativa de formarmos uma
trilogia poética, partindo do primeiro livro publicado – “O EU SOFRIDO”
e o próximo “O EU SONHADO”, do que um grito de dor e desespero,
embora tenha razões para tanto.
A essência maior deste livro é a poesia dedicada a Simone, minha
filha querida, que nasceu e viveu vida curta, em silêncio, porque os
deuses
bíblicos não lhe permitiram a imagem e a perfeição do pretenso
Criador.
(vejam à página – 28 “POEMA EM DOR MAIOR”).
Prefacio do Livro O EU DESILUDIDO.
Milton Brito 

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