A Defesa Civil de Maceió, em Alagoas, afirmou que o ritmo de afundamento do solo da mina 18 da Braskem dobrou de velocidade nas últimas 24 horas. A mina fica no bairro de Mutange e o rebaixamento do terreno já chega a 2,24 metros.
Segundo o boletim da Defesa Civil, divulgado na noite deste sábado (9), o bairro está afundando 0,54 cm por hora. Entre sexta e sábado, o movimento do solo foi de 13 cm.
Esse já é considerado o maior crime ambiental em solo urbano em curso no Brasil e atinge 20% do território de Maceió (AL). O iminente colapso da mina número 18, uma das 35 minas de exploração de sal-gema pela Braskem colocou novamente o município em alerta.
O boletim da Defesa Civil aponta o risco de colapso do bairro Mutange. Segundo o município de Maceió e o estado de Alagoas, a área que pode colapsar tem cerca de 78 metros e é três vezes maior que o perímetro da mina 18.
Vidas em risco
Na última semana, por decisão judicial, 23 imóveis foram incluídos no mapa de risco da Defesa Civil de Maceió. O mapa, no entanto, ainda não abarca todas as famílias atingidas. Até o momento, cerca de 60 mil pessoas já deixaram suas casas desde 2018, quando foram relatados os primeiros casos de afundamento do solo.
Enquanto isso, famílias de bairros vizinhos à mina, como os Flexais e o Bom Parto, ainda não foram realocadas e nem indenizadas por meio do Programa de Compensação Financeira e Apoio à Realocação (PCF) da empresa. O Brasil de Fato visitou as comunidades para entender como tem sido a vida nessas áreas de risco.
A mina 18 está às margens da lagoa Mundaú e a cerca de cinco quilômetros do centro do município. Segundo as famílias, os Flexais são uma região de predominância de pescadores que sobrevivem da pesca e da lagoa Mundaú.
Edição: José Eduardo Bernardes