Tempo - Tutiempo.net

Ex-mulher de Pazuello o detona nas redes: Bolsonaro nunca mais

Andreia Barbosa, ex-mulher do Gal. Pazuello, ex-ministro da Saúde

A ex-mulher do General Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde e recém-eleito deputado federal pelo Rio de Janeiro, publicou em seu Instagram um tocante relato sobre os bastidores da condução da pandemia em sua cidade, Manaus, e fazendo um alerta sobre a eleição: “quem tem memória sabe em quem votar”.

NUNCA, nunca vou perdoar esse governo e quem compactuou com ele. NUNCA!
MUITAS e está assim em letras garrafais porque muita gente acha que minha indignação com esse governo é de ordem pessoal.

“Ah coitada, a mulher traída, rancorosa” como a mídia da direita e os asseclas desse governo traduziram minha indignação.

Não foi nada disso! Eu simplesmente estava em Manaus, a contragosto, mas estava. Naquele momento eu ainda acreditava na salvação de um casamento e topei o desafio.

Eu estava lá quando Manaus foi feita de laboratório pra testar imunidade de rebanho (isso mesmo, aquela mesma que se testa em gados), quando a cloroquina, medicamento comprovadamente ineficaz era prescrita até para grávidas em estado febril pelo aplicativo TratCov.

Eu estava lá quando milhares de caixões eram enterrados em valas porque no cemitério já não tinha espaço e o presidente dizia que não era coveiro e, portanto, não tinha nada com isso.

Eu vi gente que tinha muito dinheiro morrer sem oxigênio na pista para entrar na UTI aérea.. Eu vi gente que não tinha o que comer morrer pelo mesmo motivo e não ter recursos para enterrar seu ente querido.

Para quem não sabe, Manaus é minha cidade Natal e lá tenho muitos e velhos amigos, não perdi nenhum deles, mas eles perderam maridos, esposas, pais e avós. Muitos, incontáveis. E eles acreditavam na cloroquina!

Na crise do oxigênio, alguns países da Europa e os EUA já tinham vacina (da pfizer) e estavam vacinando, mas o Brasil negava a ciência e dizia não à vacina. O autoritarismo prevalecia: um manda e o outro obedece.
Nada de vacinas pro Brasil!

Aí veio o Dória com suas calças apertadas e numa disputa política, resolveu a questão da vacina e as prioridades começaram a ser vacinadas com a coronavac. Só e tão somente por conta disso, no final de janeiro apenas grupos prioritários começaram a ser vacinados.

Mas e o resto? E o meu amigo Léo? E o Paulo Gustavo? E a esposa do meu professor de anatomia dental? Eles tinham que morrer, eles morreram junto com números que ultrapassam os 3 mil por dia. Sim, eles eram números!

Eu surtei, eu confesso. Foi demais pra mim. Deus me fez humana demais pra não compactuar, não aceitar, me revoltar contra tudo isso. Manaus, essa cidade de lonjuras e dificuldades logísticas foi o instrumento certeiro para as maiores atrocidades.

Eles não estariam como as pessoas do sul e sudeste, os noticiários não perdoariam. Mas em Manaus a mídia é comandada pelo governo e eles replicam conforme a verba que é destinada pelo estado.

Enquanto isso, nós bastidores, a equipe do ministério que distribuía cloroquina, esbaldava-se de whisk caro e so do taipeiros servindo a alta burguesia da cidade sem oxigênio.

Se eu tivesse perdido meu filho, meu ódio por esse governo genocida me mataria. Não, eu não mataria ninguém, não tenho vocação.

“Quem tem memória sabe em quem votar”: ex de Pazuello detona gestão da pandemia no AM

 Fernando Miller

OUTRAS NOTÍCIAS