O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, teve alta na manhã desta quinta-feira (31) do Hospital Pró-Cardíaco, na Zona Sul do Rio. Ele passou na unidade pela primeira fase da quimioterapia contra um linfoma não-Hodgkin, diagnosticado no último dia 24.
Aparentando estar bem mais magro, o governador agradeceu o carinho dos médicos em sua primeira declaração após sair do hospital. Ele saiu acompanhado da mulher, do filho e uma sobrinha que foi criada pela família.
Pezão também afirmou que, apesar da saída de seu partido, o PMDB, do governo, seu contato com a presidente Dilma Rousseff era constante. “Ela tem me ligado sempre, quase todo dia ela me ligou, dando dicas de como ela enfrentou a doença dela. É uma grande amiga e eu torço muito por ela”, afirmou.
“Estou muito bem. Eu queria agradecer aos médicos, aos enfermeiros, a todos os auxiliares de enfermagem, à minha familia. Foram 19 dias muito difíceis, mas a gente vê o quanto que é importante cuidar da saúde, estar perto da família e continuar com o tratamento. É um tratamento longo, não é fácil, mas estou aí com muita força e muita determinação para enfrentar”, disse o governador
Sobre o rompimento da aliança do PMDB com o governo, o governador disse que os ministros ainda vão demorar para sair. “O PMDB não sai assim, não. Os ministros estão todos lá, vão demorar pra sair”.
Sobre a previsão de retorno, o governador preferiu ser cauteloso, e afirmou que confia no governador em exercício, seu vice, Francisco Dornelles. “Sei dos meia compromissos, sei o que tenho que fazer, mas sei também que eu preciso me cuidar. Pra cuidar bem da população do estado, eu preciso cuidar bem de mim”, disse ele.
“Eu desliguei, deixei o Dornelles é toda a minha equipe aí cuidando das coisas e tirei um momento muito pra refletir, pra pensar e cuidar da saúde”, acrescentou.
Questionado pelos jornalistas sobre a atuação de Dornelles na quarta-feira na Alerj, Pezão afirmou que “ele é o melhor vice”. “Ele é o melhor vice que existe no Brasil e, hoje, é o melhor governador. Conhece tudo e eu tenho certeza de que ele só vai me ajudar nesse momento meu difícil pra gente”.
Pezao informou que irá nesta sexta-feira para Piraí, sua cidade natal. Ele disse ainda que não ficou chateado por não ter conseguido sair do hospital na quarta-feira. “Hoje é aniversário da minha mãe, mas ela está muito feliz, disse que é o melhor presente que ela poderia ganhar é eu sair do hospital”, disse Pezão.
Dezenove dias de internação
O governador estava internado desde sábado (12). Seus médicos afirmam que o tratamento vai bem, mas a alta foi adiada duas vezes. Na última, quarta-feira, o motivo foi o controle da glicose.
“O governador está em ótimo estado geral, ele tem evoluído satisfatoriamente, no entanto, a única questão é a questão do controle clínico da glicemia. As medicações que o governador utilizou na quimioterapia são drogas que causam uma variação dos níveis de glicose no sangue e eles estão sendo controlados”, afirmou na quarta o oncologista Daniel Tabak. Ainda de acordo com o médico, Pezão já estava utilizando doses de insulina para controlar a glicemia, um uso que, segundo ele, é habitual.
Fernanda Rouvenat
