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Moro não sumiu foi sumido

Juiz Sérgio Moror

Moro sumiu. Ou melhor: foi sumido.

Como as pesquisas do Datafolha e do Ibope, tão frequentes na desestabilização do segundo mandato de Dilma, Moro saiu do ar.

Ou, de novo: foi saído.

Você tira duas conclusões daí:

1) Moro, sem o circo da mídia, desaparece. A mesma coisa aconteceu com Joaquim Barbosa, hoje reduzido a um tuiteiro que tenta ganhar a vida com palestras.

2) Para despertar interesse da imprensa, a Lava Jato tem que mirar em Lula, Dilma e no PT em geral.

Delações como as de Sérgio Machado são tratadas como assunto de segunda ou terceira classe pelos coronéis da mídia e seus fâmulos.

Moro e a Lava Jato têm apenas um propósito, para a plutocracia e sua voz, a imprensa: minar o PT. Se possível, exterminar.

Por circunstâncias que escaparam ao controle dos golpistas, as delações, sobretudo as de Machado, fugiram dos suspeitos de sempre, os petistas.

Coisas infinitamente menos pueris que pedalinhos apareceram no caminho, mas foram previsivelmente subestimadas ou mesmo ignoradas por jornais e revistas.

Está claro que, fora do mundo de fantasia criado pelos plutocratas, o partido menos corrupto entre os grandes que estão aí é exatamente o PT. Fato já comprovado.

Os demais, a começar pelo PSDB, puderam roubar com a voluptuosidade típica dos ladrões que sabem que não sofrerão castigo.

Mas não foi para demonstrar isso que a imprensa inflou Moro e a Lava Jato.

A não ser que forneçam novos panelinhos para os Marinhos e congêneres, Moro e os delegados da PF receberão o mesmo tratamento dispensado a Joaquim Barbosa: o esquecimento glacial.

Paulo Nogueira

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