Para evitar uma derrota precipitada e o esfacelamento completo do grupo político que hoje se autodenomina de centro, DEM, PP e PR cogitam um acordo com o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT).
A possibilidade de costura com um candidato ferozmente crítico à gestão de Michel Temer —da qual os três partidos fazem parte— tem sido discutida nos bastidores pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e seus aliados como alternativa à aproximação entre Temer e Geraldo Alckmin (PSDB).
O movimento do presidente em direção ao tucano se intensificou nos últimos dias como uma espécie de abraço dos afogados.
O mapa de sobrevivência do bloco centrista ganhou corpo antes do previsto com a aparente inviabilidade de grande parte dos candidatos que congestionam o campo.
O grupo ligado a Maia diz estar ciente de que Ciro tentará, primeiro, fechar acordo com PT e outros partidos da centro-esquerda, já que o ex-governador é um dos principais herdeiros de voto do ex-presidente Lula, caso o petista fique fora da disputa de outubro.
A aposta, porém, é que, se o PT não abrir mão da cabeça de chapa, haverá uma avenida para que parte desse centro migre para a candidatura do cearense —e ganhe algo com isso.
Siglas médias, como PP e PR, comportam-se de forma pouco ideológica. Sem candidatos próprios à Presidência, querem eleger a maior bancada de deputados possível e ter acesso a fatias mais gordas do fundo partidário.
O PR, inclusive, filiou o empresário Josué Alencar, visto como opção para ser vice de Ciro Gomes. O presidente do PP, Ciro Nogueira (PI), por sua vez, sabe que a aliança com a esquerda beneficiaria sua reeleição a senador no nordeste.
Com informações de Marina Dias