Com a informação de que o homem detido, acusado da morte de Marielle, mora no mesmo condomínio do presidente Jair Bolsonaro, surge mais um indício forte do envolvimento da família com as milícias que executaram a ex-vereadora Marielle Franco.
De tudo o que saiu publicado até agora, descontando os milicianos homenageados por Flávio Bolsonaro na ALERJ, há três elementos-chaves nessa história:
→ Luiz Braga, o Zinho: chefe de milícias, acusado de ter contratado o assassino.
→ Capitão Adriano: um dos chefes do Escritório do Crime, onde o assassinato teria sido encomendado
→ Ex-PM Ronnie Lessa: detido hoje sob a acusação de ter participado diretamente do assassinato de Marielle.
Vamos analisar as relações dos três com os Bolsonaro:
→ Zinho: comanda uma milícia que tem três integrantes diretamente envolvidos com Flávio Bolsonaro: os gêmeos Alan e Alex Oliveira, seus seguranças na campanha, e sua irmã Valdeci, tesoureira do PSL.
→ O motorista Queiroz: suspeito de ser o elo dos Bolsonaro com a milícia do Rio das Pedras, e de lavar dinheiro confiscado do salários dos assessores.
A propósito do PSL, outra linha de investigação remete ao governador Wilson Witzel.
Não apenas comemorou a morte de Marielle, participando da cerimônia de quebra da placa com seu nome, como tem como um de seus assessores de segurança um miliciano acusado de vários crimes.
→ Capitão Adriano: tido como o chefe do Escritório do Crime. Esposa e mãe foram empregadas por Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa.
→ Ronnie Lessa: foi detido em sua casa, no mesmo Condomínio onde tem residência Jair Bolsonaro.
Certamente haverá uma investigação jornalística para explicar as afinidades políticas e milicianas dos moradores do condomínio. Junto com ele, foi preso o ex-PM Elcio Vieira de Queiroz, que teria sido o motorista do carro que abordou o de Marielle.
→ Queiroz: é questão de tempo para ser detido e interrogado.
Esposa e filhas de Queiroz debocham do Ministério Público
Enfim, aproxima-se o momento crucial, que pode revelar um país ameaçado de ser tomado pelas milícias.
Seu poder intimidatório, somado aos das milícias virtuais alimentadas pelos Bolsonaro, em nada fica a dever aos porões da ditadura. É um poder paralelo e assassino.
O destino do país, mais do que nunca, dependerá das instituições.
É hora do Supremo Tribunal Federal, da Procuradoria Geral da República, do Ministério Público Federal e das próprias Forças Armadas começarem a se preparar para uma luta inevitável em defesa do país.
Luis Nassif