O policial bolsonarista Jorge José da Rocha Guaranho teve alta nesta terça-feira (19) da UTI do Hospital Ministro Cavalcanti, em Foz do Iguaçu (PR), e está consciente em um leito na enfermaria da unidade.
Preso preventivamente sob custódia policial, ele foi indiciado por homicídio qualificado por motivo torpe e por colocar outras pessoas em risco. Na noite de 9 de julho, ele atirou contra o guarda municipal Marcelo Arruda, que comemorava o aniversário de 50 anos com uma festa temática do PT.
O juiz Gustavo Germano Francisco Arguello atendeu um pedido do Ministério Público e autorizou que seja colhido depoimento complementar de uma pessoa já ouvida na investigação para identificar outras duas pessoas que estavam próximas a Guaranho no churrasco de confraternização em que ele ficou sabendo da festa em alusão ao ex-presidente Lula.
Apoiador de Jair Bolsonaro (PL), o policial penal foi ao local para “provocar” as pessoas que estavam na festa com gritos de apoio ao presidente e ataques aos petistas.
Responsável pelas câmeras de segurança da associação onde ocorreu o crime, Claudinei Coco Esquarcini foi encontrado morto no último domingo. A polícia informou que ele cometeu suicídio.
Ministério Público apresenta denúncia
Jorge Guaranho foi denunciado pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) nesta quarta-feira (20) por homicídio duplamente qualificado por “motivação fútil por preferência política”.
O órgão cita que o bolsonarista agiu por motivo fútil decorrente de “preferências político-partidárias antagônicas” e que Guaranho colocou a vida de mais pessoas ao efetuar os disparos no salão de festas. A denúncia foi apresentada em coletiva de imprensa pelos promotores de Justiça Tiago Lisboa e Luís Marcelo Mafra Bernardes da Silva.
“Esperamos que esse caso emblemático do Marcelo Arruda sirva de freio de arrumação para essa escalada da violência que o nosso país tem vivenciado no espectro político-partidário.
Nó precisamos parar com isso. Esperamos que esse seja o ponto terminal de tudo isso, por que, enquanto Ministério Público, não toleraremos práticas nessa natureza”, afirmou Mafra