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Mãe de seis filhos morre após ser baleada na cabeça em meio à Operação Verão, mais letal ação da PM desde 1992

Edneia Fernandes Silva mães de seis filhos vítima de suposto disparo da PM

Uma mulher de 31 anos morreu após ser baleada na cabeça durante uma operação policial em Santos, no litoral de São Paulo. Segundo a Folha de S. Paulo, Edneia Fernandes, 31 anos, foi atingida na noite de quarta-feira (27), quando estava em uma praça da cidade. Ela chegou a ser socorrida por transeuntes, mas faleceu um dia após a internação em um hospital local. Com a morte dela, sobe para 55 o número de mortos em três meses da ação policial na Baixada Santista.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP) do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), policiais militares realizavam patrulhamento na área quando avistaram dois homens em uma motocicleta e tentaram abordá-los.

Os suspeitos, no entanto, teriam ignorado a ordem de parada e supostamente dispararam contra os policiais, desencadeando uma troca de tiros. Neste momento, Edneia Fernandes, mãe de seis filhos, teria sido baleada.

A versão da polícia, porém, é contestada por testemunhas que afirmaram à TV Globo que houve apenas um disparo que teria sido feito quando três motos da Rocam (Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas) passaram pelo local.

Também na quarta-feira, um homem foi morto por agentes do 6º Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia), no Guarujá. Segundo a polícia, ele teria atirado contra os agentes durante uma incursão para combater o tráfico de drogas e o suspeito teria sido morto durante o suposto confronto.

As ações da Polícia Militar durante a Operação Verão têm sido objeto de críticas. O secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, afirmou não reconhecer excessos por parte da PM, enquanto a Ouvidoria da Polícia relatou ter encaminhado 27 queixas de abusos ao governo do estado entre janeiro e fevereiro.

O governo Tarcísio de Freitas declarou que todos os casos de mortes em confronto são rigorosamente investigados pela Polícia Civil e Militar, com acompanhamento do Ministério Público e do Poder Judiciário.

Em meio à crescente preocupação com a violência na região, organizações de direitos humanos levaram suas denúncias sobre as ações da PM no litoral até a ONU. No último dia 8, o governador fez declarações polêmicas ao afirmar “não estar nem aí” para as possíveis denúncias de violações apresentadas perante o colegiado internacional.

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