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Megaoperação prende integrantes de grupos neonazistas em 7 estados

Armas neonazistas apreendidas

O Ministério Público e a Polícia Civil do Rio deflagraram na quinta-feira (16) uma megaoperação contra uma rede de grupos neonazistas que se organizavam por meio de grupos de WhatsApp em 7 estados. Pelo menos 4 extremistas de direita foram presas.

A Operação Bergon, como foi batizada, é fruto de sete meses de investigação do Gaeco (Grupo de Atuação Especializado no Combate ao Crime Organizado).

Foram expedidos quatro mandados de prisão e 30 mandados de busca e apreensão. Além do Rio de Janeiro, há alvos localizados em São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Norte.

Um dos mandados foi cumprido em Suzano, na Região Metropolitana de São Paulo.

A cidade é a mesma onde dois jovens invadiram uma escola e mataram sete pessoas em 2019, mas não há informações sobre relação entre o alvo do mandado e o ataque até o momento.

Na casa do homem foram encontradas sete facas, uma besta e oito flechas, além de livros neonazistas.

A operação conta com apoio da Coordenadoria de Segurança Institucional e Inteligência do MP-RJ, e é realizada em conjunto com DCAV (Delegacia da Criança e Adolescente Vítima).

De acordo com o MP-RJ, a operação tem como objetivo combater “associações entre indivíduos que praticam, divulgam e instigam a realização de atos de discriminação e preconceito em relação à raça, cor, etnia e procedência nacional, além do crime de corrupção de menores”.

Quebras de sigilo telefônico e de dados autorizadas pela Justiça revelaram a existência de grupos neonazistas e ultranacionalistas articulados digitalmente.

Os investigados —alguns deles adolescentes— usavam aplicativos de mensagens como o WhatsApp e redes sociais para postar mensagens, imagens e fotografias de caráter racista, antissemita, homofóbico e nazista.

As mensagens ainda defendiam a prática de atos violentos contra esses grupos.

O nome da operação faz referência à freira francesa Denise Bergon, que desafiou nazistas ao abrigar e salvar a vida de dezenas de crianças judias durante a Segunda Guerra.

Integrante cometeria atentado
Um dos alvos presos na operação tinha armamento e planos para cometer um ataque em festas de final de ano em São Paulo.

“Apreendemos armas de fogo, bombas caseiras. O alvo disse que usaria as bombas caseiras em uma festa de final de ano”, disse o delegado Adriano Franca, titular da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (Dcav), durante coletiva.

“Essa operação não acaba aqui. Com certeza, com a perícia dos aparelhos, chegaremos a outros alvos”, continuou França.

Já o promotor Bruno Gaspar disse que a investigação e a operação também possuem um aspecto “educativo”.

“Foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão na casa de adolescentes, e isso serve de alerta também para os pais. Alguns pais não tinham o menor conhecimento do que seus filhos estavam publicando nas redes sociais”, afirmou.

RPP

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