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Presidente de estatal é denunciado por assédio sexual: “Quero saber se é depilada”

Jacob Mehl presidente da Paraná Turismo

Presidente da empresa pública Paraná Turismo, Jacob Mehl, de 77 anos, pediu exoneração do cargo após denúncia de assédio sexual realizada por uma assessora.

A vítima, identificada como Natália da Silva, de 27 anos, trabalhava diretamente ligada a Jacob. Ela registrou boletim de ocorrência por assédio sexual e racismo no último dia 2, revelando casos ocorridos dentro do ambiente e horário de trabalho.

A saída do presidente da autarquia, ligada ao governo do Paraná, foi publicada na última segunda-feira no Diário Oficial do estado.

Jacob Mehl liderava a Paraná Turismo desde 2019. Na década de 90, também presidiu o clube de futebol Coritiba em duas oportunidades (1990-1991 e 1998-1999).

O advogado de Natália, Thiago Peza, relatou que as “brincadeiras” ocorriam já algum tempo, mas sua cliente “relevava por conta da idade” de Jacob.

No dia 25 de novembro, porém, o presidente da empresa aproximou-se de sua assessora e questionou: “Você é depilada lá?”.

“Quero saber se você é depilada, porque eu fico imaginando e sonhando com você à noite. Sou louco pela sua cor. Você não quer fazer amor comigo?”, completou.

Em entrevista à TV RPC, Natália revelou ainda um outro episódio de assédio, ocorrido em setembro. “Ele veio: ‘Ah, posso te dar um abraço?’. Ele me abraçou, deu um tapinha e falou: ‘Minha gostosa’. Aí, comecei a me preocupar com a situação.”

A vítima revelou que atravessava um momento difícil na vida particular, uma vez que havia perdido o namorado em um acidente automobilístico pouco antes dos episódios de assédio.

“Estou me sentindo bastante fragilizada, com dificuldade para dormir e estou aguardando que a Justiça tome as devidas providências. Para mim, a exoneração dele já foi um grande passo, tendo em vista que nos últimos dias eu ainda tinha contato e trabalhava com ele.”

A Polícia Civil explicou que Natália já foi ouvida e que deu início à apuração do caso. A defesa de Jacob relatou que aguarda as provas contra seu cliente serem apresentadas.

RPP

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