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Servidor do TSE foi exonerado por falta de isenção, atuação política e por atrapalhar os trabalhos do tribunal

TSE demite funcionário

O servidor Alexandre Gomes Machado, assessor de gabinete da Secretaria Judiciária da Secretaria-Geral da Presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), responsável por coordenar o recebimento dos arquivos com as propagandas eleitorais, foi exonerado do cargo por falta de isenção, atuação política e por atrapalhar a resposta às denúncias da campanha de Jair Bolsonaro (PL) sobre um suposto boicote de rádios às suas propagandas.

A demissão de Machado ocorreu na terça-feira (25) e foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira (26).

À Polícia Federal, o servidor disse ter sido “informado” sobre sua demissão nesta quarta-feira (26), cerca de 30 minutos após encaminhar à chefia um e-mail de uma rádio que teria admitido não ter veiculado propagandas de Bolsonaro.

Como já citado, no entanto, a demissão foi formalizada na terça-feira, antes do envio do e-mail mencionado por Machado.

Segundo a Folha de S. Paulo, “o gabinete de Moraes [presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes] já tinha interesse em demiti-lo por questões ligadas ao desempenho no trabalho e por causa da relação com colegas.

Ainda assim, Machado vinha sendo mantido no cargo, pois o presidente do TSE planejava realizar uma troca mais ampla na equipe apenas após as eleições”.

“De acordo com as informações colhidas pela reportagem, Machado teria atrapalhado o trabalho que estava sendo feito pela corte para responder à ação apresentada pela campanha de Jair Bolsonaro (PL) sobre um suposto boicote de rádios às inserções do presidente.

O agora ex-assessor trabalhava em um setor relacionado com o tema e por isso foi acionado. Ao detectar a suposta atuação política, o gabinete de Moraes decidiu exonerá-lo”, complementa a reportagem.

Em nota, a assessoria da Corte Eleitoral declarou que a exoneração ocorreu “em virtude do período eleitoral” e que “a gestão do TSE vem realizando alterações gradativas em sua equipe”.

Em seu depoimento à PF, Machado disse ter recebido um e-mail da rádio JM ON LINE, “em que a emissora teria dito que, de 7 a 10 de outubro, havia deixado de repassar em sua programação 100 inserções da coligação de Bolsonaro”.

Ele também afirmou estar se sentindo vítima de abuso de autoridade e que temia por sua integridade física ou “que lhe sejam imputados fatos desabonadores para desviar o foco de problemas na fiscalização das inserções por parte do TSE”.

A denúncia sobre as supostas fraudes foi feita no início da semana pelo ministro das Comunicações, Fábio Faria (PSD).

Nesta quarta-feira (26), apenas dois dias após a denúncia do suposto esquema, Jair Bolsonaro (PL) usou o episódio para sinalizar que poderá não aceitar o resultado das urnas caso seja derrotado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno das eleições, no próximo domingo (30).

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