O ex-ministro Antonio Palocci vai negociar acordo de delação com os procuradores da Operação Lava Jato.
No fim de abril, Palocci disse a Sérgio Moro que poderia dar às investigações “mais um ano de trabalho”, entregando nomes e operações.
Palocci avisou o advogado criminalista José Roberto Batochio, que cuidava de sua defesa há 10 anos, que ele seria afastado do caso.
A exigência do afastamento seria da força-tarefa da operação, já que Batochio se opõe ao acordo de delação premiada.
A defesa do ex-ministro petista, cuja delação causa apreensão na cúpula do PT, ficará a cargo dos advogados curitibanos Adriano Bretas e Tracy Reinaldeti.
Palocci já tinha começado as tratativas com ambos, mas cortou as conversas sem explicações. A reaproximação começou nesta semana.
A Operação Bullish, deflagrada na manhã de hoje pela Polícia Federal, foi um fator para que Palocci decidisse delatar.
A operação investiga repasses do BNDES ao grupo JBS que ultrapassam R$ 8 bilhões.
Apesar de não ter sido alvo na ação de hoje, ele é apontado como um dos intermediários dos financiamentos, que supostamente viraram propinas para o PT.
Outro ponto que pesou na decisão de Palocci foi a inclusão de documentos que apontam que ele foi responsável por administrar repasses que somam R$ 128 milhões entre 2008 e 2013.
Os documentos foram apreendidos pela Polícia Federal e integram o acordo de delação da Odebrecht.
Contra a delação
Por meio de nota o escritório do criminalista José Roberto Batochio notificou que “deixa hoje o patrocínio da defesa de Antonio Palocci em dois processos”.
A nota traz como justificativa o início das tratativas da delação (leia a íntegra abaixo).
“O escritório José Roberto Batochio Advogados Associados deixa hoje o patrocínio da defesa de Antonio Palocci em dois processos que contra este são promovidos perante o juízo da 13.ª Vara Federal de Curitiba, em razão de o ex-ministro haver iniciado tratativas para celebração do pacto de delação premiada com a Força Tarefa Lava-Jato, espécie de estratégia de defesa que os advogados da referida banca não aceitam em nenhuma das causas sob seus cuidados profissionais”, diz o comunicado. (Isabella Macedo)
Uma nuvem negra ronda a cabeça de muitos Petistas e não petistas com essa decisão de Antonio Palocci. Sérgio Moro aposta que agora vai encontrar a provas que faltam para prender Lula. (cljornal)