“Meu coração se foi”, chorou Abu Anza, que esperou dez anos para engravidar, antes de ver seus filhos assassinados por Israel.
“Estávamos dormindo, não estávamos atirando e não estávamos lutando. Qual é a culpa deles? Qual é culpa deles?”, disse Abu Anza. “Como vou continuar a viver agora?”
Parentes disseram que os gêmeos nasceram há cerca de quatro meses, cerca de um mês após o início da guerra que começou em 7 de outubro.
A ofensiva israelense já matou mais de 30 mil pessoas na Faixa de Gaza desde então, de acordo com as autoridades de saúde de Gaza, devastando o território e deixando desabrigada a maior parte de sua população.
Os membros da família Abu Anza mortos no ataque estavam enfileirados em sacos pretos para cadáveres. Um homem chorava sobre o corpo de um dos mortos, uma criança de pijama. “Deus tenha piedade dela, deus tenha piedade dela”, disse outro homem, consolando-o.
Abu Anza disse que desejava um cessar-fogo antes do Ramadã, o mês de jejum muçulmano que começa por volta de 10 de março. “Estávamos nos preparando para o Ramadã, como devo viver minha vida? Como?”, disse ela.
Essa mãe palestina esperou mais de 10 anos para conseguir engravidar.
Há dois meses, deu à luz aos gêmeos Wissam e Naim.
Nessa madrugada, "israel" assassinou os gêmeos e o pai em um bombardeio na casa da família em Rafah, Gaza. pic.twitter.com/pIPT9vuKsc
— FEPAL – Federação Árabe Palestina do Brasil (@FepalB) March 3, 2024